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Brasil goleia Camarões por 4 a 1 e agora pega rival sul-americano nas oitavas

Que Neymar era o principal nome do Brasil para a Copa em casa ninguém discordava. Mesmo quem não gosta do atacante sabia que, se a seleção brasileira dependesse em algum momento de um lampejo de craque, de uma jogada individual, a possibilidade de que essa saísse do pé do camisa 10 era enorme. O que ninguém esperava, talvez, é que o Brasil chegasse às oitavas quase que apenas por causa das jogadas de Neymar e pela ajuda de um elemento surpresa: Luiz Gustavo, aquele que assume que não é tão conhecido da torcida. Foi assim também nesta segunda-feira: de novo com sofrimento, o Brasil bateu Camarões por 4 a 1 e se classificou – não, o placar não mostra a dificuldade da partida.

Com sete pontos, a seleção brasileira foi a líder do Grupo A da Copa do Mundo que sedia – mas só pelo saldo de gols, ficando à frente do México por 5 a 3. Pegará o Chile nas oitavas de final, seleção que já bateu por duas vezes nesta fase em Copas passadas. O futebol precisa melhorar, porém. Depender só de Neymar pode, em um dia ruim do jogador, significar o fim de torneio para a seleção. O próximo passo para acabar com o “fantasma de 1950” ocorre no próximo sábado, no Mineirão, às 13h – Brasil e Chile fazem o primeiro jogo da segunda fase da Copa.

Fases do jogo: O Brasil começou pressionando Camarões, mas isso durou cerca de 10 minutos. Antes do gol de Neymar, aos 16 min., após linda jogada de Luiz Gustavo pela esquerda, Camarões chegou a ter chances, dado o nervosismo da seleção brasileira. Nem o gol “sarou” esse problema, e os africanos aproveitaram para empatar aos 26 min. com Matip, sozinho na área, só tocando para o gol nas costas de Thiago Silva e David Luiz.

Neymar, então, partiu para jogadas individuais. E foi numa delas que ele não só marcou o segundo, deslocando o goleiro Itandje, como acabou com o medo do time de tomar a virada e ver a vaga em risco. No segundo tempo, com Fernandinho ajudando Luiz Gustavo no meio, o Brasil se soltou. Fred aproveitou e, de cabeça, marcou, após cruzamento de David Luiz, logo aos 4 min. Como Camarões, já eliminado, jogava sem responsabilidade, o Brasil pôde arriscar até tirar Neymar, que se levasse amarelo estaria suspenso. Foi a hora de Fernandinho brilhar. O volante avançou, aproveitou erro da zaga camaronesa e tabelou com Fred. De bico, fez o quarto, fechando o placar. Brasil líder. No saldo de gols, mas líder.

Os melhores: Luiz Gustavo e Neymar – O volante foi o melhor jogador do Brasil na primeira fase, independentemente de todos os gols decisivos de Neymar. Se não fosse Luiz Gustavo, que marcou quando Paulinho esteve mal, e que armou nos sumiços constantes de Oscar, a classificação brasileira seria ainda mais sofrida do que foi. O passe para o primeiro gol do Brasil nesta segunda resume: foi ele quem deu o bote no camaronês que tentava sair jogando; foi ele que avançou com habilidade pela esquerda; e foi ele que levantou a cabeça, viu Neymar sozinho e cruzou de forma precisa.

Neymar, é claro, merece a citação porque, se não fosse por sua capacidade de chamar a responsabilidade e decidir, o Brasil, possivelmente, não estaria nas oitavas de final na Copa que sedia.

O pior: Paulinho – Assim como nos dois primeiros jogos, esteve sumido. O volante marcou mal, deu espaços ao time camaronês e perdeu bolas na defesa, possibilitando contra-ataques. Apesar de Daniel Alves novamente ter marcado mal pela direita, Paulinho esteve abaixo da crítica. Foi substituído no intervalo por Fernandinho, que em cinco minutos participou de dois bons ataques – o do gol de Fred incluso – e, no final, marcou o 4° do Brasil. Uma mudança no meio da seleção surgirá nas oitavas?

Chaves do jogo: O Brasil utilizou uma tática muito vista pelo torcedor do Santos entre 2011, após o título da Libertadores, e 2013, quando Neymar se transferiu ao Barcelona – bola no Neymar, e só. Com Oscar sem chamar o jogo, com os laterais avançando pouco e com Fred e Hulk novamente mal, restou à seleção torcer para que Neymar, com a liberdade dada por Felipão, resolvesse. Fez dois e, momentaneamente, virou o artilheiro da Copa com quatro gols. Neymar gosta de jogar com a responsabilidade, mas às vezes pode dar errado. Depender só de uma jogada, como no Santos de Neymar na época já citada, não é certeza de resultado.

Toque dos técnicos: Felipão pode ter achado uma nova formação com apenas cinco minutos de segundo tempo: viu que Paulinho seguia mal, como havia sido nos dois primeiros jogos, e colocou Fernandinho. O volante do Manchester City, que foi convocado para a Copa após diversos pedidos, até de companheiros de clube, mostrou que está em melhor fase que o “concorrente” do Tottenham. Bons passes no campo de ataque e posicionamento melhor na defesa. No final, o quarto gol do Brasil, com tabelinha com Fred. É candidato a ser titular contra o Chile desde já.

Fonte:Uol

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