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Agentes penitenciários de Cruzeiro do Sul vivem total insegurança

São 88 agentes para tomar conta de 547 presos armados com estoques. O perigo parece não assustar a direção do IAPEN.

O risco de um atentado contra os agentes que não possuem porte de armas é grande, principalmente dos que tiram serviço na guarda. Eles temem que possam ser alvo de uma emboscada durante a noite ou de uma tentativa de resgate dentro da penal, que não é cercada por muros e sim por uma área de mata que dificulta a visão de quem se aproxima.

Para ter mais segurança eles querem ter direito ao porte de armas ou que o governo contrate mais agentes.

“Estamos correndo sério risco aqui dentro. À noite quando se aproxima um carro ou uma moto já ficamos tensos, pois não temos como nos proteger. A direção do presídio e do IAPEN sabe do risco. Para evitar um mal maior eles deveriam fazer um muro e colocar uma guarita com um policial armado aqui na frente para dar mais segurança dentro da própria cadeia”, alerta um dos agentes.

No presídio feminino também existe apenas duas agentes por plantão para fazer a segurança de 30 mulheres, segundo informou nossa fonte que não pode se identificar por medida de segurança.

“É uma vergonha o que acontece dentro desse presídio, por falta de estrutura humana e equipamentos para melhorar a fiscalização”, comenta um dos agentes.

Segundo informações de um ex-presidiário, a maioria dos presos dispõe de um estoque de ferro, que moldado no cimento se torna uma arma perigosa. Esses estoques são retiradas da estrutura de alvenaria do presídio.

Um agente penitenciário explica que até os plantios de roça, verdura e a criação de animais e os trabalhos de fabricação de móveis, atividades desenvolvidas pelos detentos estão acabando. Até um trator que a unidade recebeu para mecanizar a terra se encontra parado, conforme a denúncia.

O presidente dos agentes penitenciários no estado, Adriano Marques, lamenta que a categoria esteja passando por esta situação em Cruzeiro do Sul. Ele afirma que por várias vezes já informou a direção do IAPEN e o próprio governo do estado, sobre a deficiência na segurança do presídio Manoel Neri da Silva.

Marques disse que a categoria vem lutando para melhorar a segurança nos presídios, mas é preciso que o estado possa investir na contratação de mais pessoal e equipamentos de proteção e de fiscalização. O presidente diz que espera que o IAPEN tome providencias sobre as denúncias, para evitar um mal maior para o estado.

www.tribunadojurua.com – Francisco Rocha

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