Confraternização da Apadeq é marcada por emoção e presença de dezenas de internos recuperados
cleonnildo
Emoção não faltou durante a confraternização de fim de ano da Associação de Pais e Amigos dos Dependentes Químicos (Apadeq), realizada na tarde do último sábado (28). No auditório da instituição a família dos atuais internos, junto com parceiros, assistiram apresentações e a retrospectiva das ações realizadas durante o ano.
Um dos momentos mais emocionantes foi o depoimento do primeiro interno da Apadeq. Recuperado e com família constituída há mais de 12 anos, Ivanaldo Martins contou sua história de vida junto à Apadeq e mostrou ao público presente que é possível dar a volta por cima, sendo preciso a força de vontade em primeiro lugar, mas essencial a participação da Apadeq nessa caminhada. Ao lado do filho, o ex-interno cantou musicas de sua própria composição.
“Para mim essa data é histórica. Treze anos é uma vida, e quando eu me internei aqui eu era só um adolescente confuso com uma doença a tratar. E hoje eu trago aqui meu filho que ensinei a tocar e cantar, e ver ele aqui junto comigo depois de todo esse tempo e dessa vitória é como um filme que passasse na minha cabeça. Estou trazendo outra geração para conhecer como é esse lugar. O tratamento começa dentro da pessoa, mas precisa de um local físico, e esse local é aqui. A chave para sua recuperação estar no você querer. Fico feliz em ver essas pessoas aqui, não pelo motivo que as trouxe até aqui, mas por terem procurado ajuda e estarem se recuperando”, contou ele.
Sempre no intuito de ajudar na libertação e prevenção ao uso das drogas a Apadeq durante todo o ano realizou ações junto a instituições publicas e privadas com o trabalho de prevenção através de palestras e capacitações para agentes de saúde da família, além de ter tratado dezenas de dependentes químicos em 2013. Entre os ex dependentes presentes participaram policiais, sindicalistas, professores, técnicos em informática, dentre outras funções.
O trabalho é reconhecido pela população, principalmente por profissionais que ao conhecerem o trabalho desempenhado ao longo dos anos se unem em prol de um só objetivo, como foi o caso da Drª Paula Guimarães, que à exemplo do marido Ercinho Cameli se tornou parceira da instituição.
“Eu vim oferecer uma ajuda, mas quem está crescendo como ser humano sou eu, fico feliz em fazer parte agora da retrospectiva, vendo todo trabalho e a seriedade que o nosso irmão Branco conduz tudo isso. E eu fico agora crescendo junto com essa família e pronta a ajudar no que puder, correr atrás de ajuda para recuperar no que preciso for, não apenas eles, mas toda a família”, falou a médica.
O vereador Mauri Barboza, o Sinhor, também participou da confraternização, e para ele, que acompanha desde o início os trabalhos desenvolvidos pela Apadeq, é essencial a parceria da sociedade com a instituição.
“Para mim é muito importante ao longo desses anos que eu venho acompanhando o trabalho desenvolvido pela Apadeq, que hoje atende dezenas de pessoas, e vendo esse momento de alegria de ver o rosto dessas famílias recebendo o benefício proporcionado pela Apadeq para esses internos aqui, e eu como parlamentar quero continuar dando minha parcela de contribuição para esse lugar que só faz o bem para sociedade cruzeirense”, relatou o vereador.
Drº Alberto Augusto fez parte da fundação da Apadeq em Cruzeiro do Sul, e junto com a família também participou da confraternização. Ele enfatizou durante o seu discurso que não adianta ter liberdade, se não sabemos como lidar com ela, por isso a importância do trabalho desenvolvido pela Apadeq.
“Nós estamos acompanhando a Apadeq nesse trabalho de recuperação dos nossos irmãos que se encontram nesse estado, e a importância desse trabalho é de uma relevância social tamanha. Essa é uma instituição que prioriza a recuperação, e ao mesmo tempo que conduz o interno a várias opções da vida dele. É um trabalho de recuperação física, psíquica, familiar e social. Isso é importante e muito significativo para sociedade”, falou.
O presidente da instituição, Raimundo Felício, o Branco, considera 2013 um ano de vitórias, tendo em vista o numero de pessoas recuperadas que poderão ter uma nova vida inseridas novamente na sociedade.
“Essa é uma retrospectiva de 2013, que mostra ao mesmo tempo dezenas de ex-internos que estiveram presentes nesse momento. Isso nos estimula a fazer mais. Se você observar pessoas que chegaram aqui há dois anos atrás, e hoje chegaram para retrospectiva com filhos. Nós tivemos a presença do primeiro interno da Apadeq, que saiu daqui constituiu família, e agora já chegou com o filho, que tem o mesmo dom de louvar a Deus e encantar todo mundo, isso estimula mais a gente a massificar, caminhar junto acreditando que é possível recuperar, pois a Apadeq oferece um tratamento de primeira, uma equipe multidisciplinar que é exemplo a nível nacional. Essa retrospectiva nos faz crescer e acreditar que 2014, se for da vontade de Deus, estaremos fazendo uma retrospectiva com mais qualidade, pois a Apadeq só evolui a cada vez que passa”, explicou.
Branco concluiu enfatizando que recuperar o dependente químico é também restaurar famílias, pois as famílias são co-dependentes das drogas. Recuperando o dependente químico a família também esta recuperada.