Nos dois dias de oficina, os condutores de barcos do Crôa tiveram aulas práticas e teóricas sobre noções básicas de navegação. Dois militares da Marinha ministraram palestras orientando os barqueiros sobre como navegar de acordo com as normas que regem a legislação brasileira para a circulação de embarcações.
Os marinheiros também explicaram os critérios exigidos para todos que conduzem qualquer tipo de embarcação. Para navegar, por lei, é obrigatório que o condutor seja habilitado e tenha os documentos da condução, de acordo com a categoria.
Após as inferências da Marinha, uma equipe de Bombeiros, liderada pelo comandante Rômulo Barros, iniciou uma série de treinamento com os participantes da oficina. Antes das aulas práticas, o capitão Rômulo falou da importância de se utilizar os equipamentos de segurança, a exemplo do colete. Logo em seguida, foram realizadas aulas práticas.
“Tendo em vista o grande número de acidentes em nossa região, decidimos lançar esse projeto começando aqui pelo Crôa que é o local mais visitado, onde grande parte dos moradores desenvolve a atividade de barqueiro como uma fonte de renda. Nosso objetivo é que eles estejam capacitados para atender os turistas que visitam este local com a maior segurança possível. Após concluirmos aqui, estaremos visitando outras localidades para ofertar o mesmo treinamento para aqueles que desenvolvem atividades econômicas através da navegação, como os condutores de expressinhos que transportam passageiros para Porto Walter e outros municípios” – informou o capitão Rômulo Barros.
A representante da comunidade do Crôa, Francisca de Nazaré da Costa, relatou que constantemente se presenciava imprudência por parte dos barqueiros. Ela acredita que após a capacitação, a comunidade estará mais preparada para atender o público que desfruta da área de turismo mais frequentada de Cruzeiro do Sul.
“Agradecemos muito a Deus e a essas pessoas que estão trazendo essa contribuição pra nós. E esse curso agora eu sonhei com ele para capacitar essas pessoas para o trajeto desse lago que é muito perigoso. Infelizmente ainda temos muita imprudência, mas eu espero que agora melhore” – Disse Dona Francisca.
Nos três primeiros meses deste ano 6 pessoas morreram nas águas dos rios da região do Juruá. Dessas, quatro foram vítimas de incidentes envolvendo embarcações.
Tribuna do Juruá – Dejalcimar Rogério