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Crueldade disfarçada de divertimento

A “Rinha de galo” é uma prática criminosa realizada na maioria das vezes em locais internos e muito bem escondida, o que torna praticamente impossível de ser extirpada da sociedade.

Para muitos, as famosas brigas entre as aves não passa de entretenimento, mas na verdade é um dos meios mais violentos aos quais são expostos os animais. Na maioria das vezes, os galos lutam até a morte e os que escapam, saem extremamente feridos.

Em Cruzeiro do Sul, recentemente mais uma “rinha” foi desarticulado pela Polícia. Os animais foram apreendidos no Bairro da Lagoa, próximo a Comunidade Boca do Môa. Ao perceber a chegada da Polícia, os envolvidos fugiram do local. Segundo testemunhas mais de 20 pessoas participavam das apostas, onde cada jogo era feito pelo valor de R$100,00.

O episódio traz a tona uma problemática antiga, que infelizmente, não anula a prática. Às escondidas, muitos outros, mesmo diante da coação penal, ainda insistem em burlar a lei, permanecendo este um “costume” perverso, assim como as famosas touradas na terra de Cervantes, que veio a tornar-se objeto dos mais esdrúxulos eufemismos, sendo, por vezes, classificada como uma “manifestação” ou um “símbolo” cultural.

Diante dos fatos, uma profunda reflexão se mostra quanto ao sentido dado a “Manifestação e Símbolo Cultural”. Serão estes aspectos advindos de nós trabalhadores, que sol a sol batalhamos pelo prato do dia ou apenas de uns poucos tolos, que vêem no sacrifício de aves um fútil divertimento?

Evolução moral e intelectual. Talvez seja esta concepção ainda pouco difundida na memória destes tão pobres de espíritos que não conseguem enxergar a realidade camuflada pela ilusória “Arena” de um passatempo mórbido, em que a vida destes seres vivos se desfaz.

Da Redação

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