Em cruzeiro do Sul diversas localidades já foram afetadas com deslizamento de terras. Na maioria delas, as casas são construídas em locais íngremes e de difícil acesso.
Para se ter idéia do estrago e perigo eminente, mais da metade de uma casa ficou debaixo de toneladas de barro, durante a última forte chuva registrada em Cruzeiro do Sul. A família estava almoçando quando aconteceu a tragédia. Por sorte ninguém se feriu.
“Não consigo tirar da cabeça aquele som forte e a terra engolindo tudo. Pensei que ia morreu”, relatou uma criança de apenas cinco anos, ao descrever o momento em presenciou parte da casa dos pais ser soterrada.
Até agora as famílias retiradas das residências em locais de risco estão alojadas em casa de parentes, aguardando o melhor momento para voltar para suas casas. Mas, outra parte ainda se arrisca e preferem continuar dentro das residências.
“Não tenho para onde ir. Desde que minha mulher se foi vivo aqui sozinho. Não durmo com medo do barranco despencar. Mas, fazer o que, o jeito é rezar, porque se acontecer de uma vez, não só a casa será enterrada, mas como eu também”, desabafou o aposentado de 81 anos, José Ribeiro.
Tribuna do Juruá – Dayana Maia