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Delegacia da mulher funciona apenas em horário de expediente

Depois de uma pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que colocou o Acre em terceiro lugar onde as mulheres mais são agredidas, ficando atrás apenas de Sergipe e Maranhão, a violência doméstica no estado tende a crescer. A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Cruzeiro do Sul está fechada às noites, sábados, domingos e feriados. Motivo: faltam delegados e condições trabalhos.

O fechamento aconteceu há pouco mais de seis meses por causa da falta de estrutura mínima de funcionamento, conforme denúncias de servidores. Dados mostram que em 2011 foram lavrados 186 inquéritos, em 2012 o total foi de 359 e em 2013 já contabilizam 180, com projeções de alcançar 600 registros.

Apesar do esforço sobre-humano da delegada Carla Brito, única profissional da especializada lotada na região, faltam condições de trabalho e policiais. “Se não fosse o apoio do carro do Creas, Casa Abrigo e Centro de Referência a gente não fazia o serviço”, revelou um funcionário, pedindo para não ter o nome citado.

Ainda segundo a fonte, as “falhas na administração da Polícia Civil” vão desde a perda do Guardião para o Gabinete da Casa Civil, o cancelamento de convênios com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e a não instalação do Sistema de Informação e Gerenciamento de Operações (Sigo) no Juruá.

A reportagem procurou a delegada titular, que assim deu sua versão sobre o fechamento parcial da delegacia: “Somos poucos policiais e estamos fazendo um rodízio até a contratação de novos delegados e peritos. Todo o trabalho é feito na Delegacia Geral e só otimizamos os nossos trabalhos”, disse Carla Brito, afirmando que as estatísticas provam o cumprimento das demandas na Deam.

Tribuna do Juruá – Jorge Natal

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