Trabalhador denúncia que Deracre recupera trecho de empresas e ainda esconde máquinas durante fiscalização.
Cleiton também diz que a alimentação é de péssima qualidade, mas ninguém pode reclamar se quiser continuar trabalhando. Segundo ele, só agora foi providenciado um caminhão coberto, mas por muitas semanas os trabalhadores ficavam o intervalo do almoço expostos ao sol e ao calor quase que insuportável, sem contar as viagens a pé por vários quilômetros na rodovia até chegar ao acampamento.
“Só quem está aqui perto sabe o que eu sofri e o que os meus colegas estão sofrendo, mas a gente não pode dizer nada pra ninguém, porque precisa do dinheiro, por isso se sujeita a essas condições”, desabafa o ex-operário que está trabalhando como diarista em uma fazenda.
O jovem afirma que foi demitido no último dia, 3 de junho e até agora não recebeu sua carteira de trabalho e o salário do mês que era de R$ 715,00 recebeu apenas R$ 258 reais.
Denúncia ainda mais grave
O ex-operário da obra afirma que o trecho é licitado por construtoras, mas o Deracre é que estaria executando as obras. Ele afirma que os operários são contratados pelas empresas, mas atuam como se fossem trabalhadores do governo.
Cleiton Pinheiro de Melo revela que receberam ordens e construíram uma estrada clandestina na margem da rodovia, para esconder as máquinas do Deracre em caso de vistorias e fiscalização do Governo Federal. Ele narra que durante uma fiscalização, o Deracre recolheu suas máquinas e colocou em atividade os equipamentos de uma construtora até a conclusão da vistoria.
O diretor presidente do Deracre, Marcos Alexandre, disse por telefone que o trecho que está sendo recuperado entre Tarauacá e Cruzeiro do Sul é terceirizado, mas quem é responsável pela obra é o Governo do Estado. Segundo Marcos Alexandre, o Deracre dá assistência aos trabalhares que não trabalham fora do expediente.
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www.tribunadojurua.com – Francisco Rocha