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Gestores do Brasil e do Peru debatem preservação ambiental e melhorias para famílias do Parque Nacional da Serra do Divisor

Em uma reunião que se encerrou nesta quarta-feira (24) o Conselho Constitutivo do Parque Nacional da Serra do Divisor avaliou as ações desenvolvidas com o objetivo de manter a preservação da área, ao mesmo tempo, travou debates sobre a situação das famílias que habitam no âmbito da unidade de proteção ambiental. Uma representante do Parque Nacional da Serra do Divisor do Peru participou das discussões.

O encontro durou dois dias e contou com a contribuição de lideranças das comunidades inseridas no Parque Nacional da Serra do Divisor e de representantes das instituições que coordenam ações de controle da área protegida. Entre essas, o Instituto Chico Mendes –ICMBIO – e as Secretarias de Meio Ambiente dos Municípios do Juruá que compreendem áreas do Parque e da Secretaria de Meio Ambiente do Estado.

“O objetivo desses encontros, que realizamos duas vezes por ano, é debater propostas que venham garantir a melhoria da qualidade de vida das famílias que habitam dentro do Parque fazendo com que elas possam morar lá de uma forma digna, mas também contribuindo com a preservação do Parque. A ideia é avaliarmos a possibilidade do uso público, o turismo” – afirmou João Damasceno, Gestor do Parque Nacional.

A unidade de proteção ambiental foi criada há 26 anos e, de acordo seu decreto de instituição, não pode haver moradores ao longo de sua extensão. Logo nos primeiros anos a expectativa da população era que todos os proprietários de terras fossem indenizados para deixar suas comunidades. Mas, até agora, ninguém teve um acerto por parte do Governo Federal.

“O que vemos é que esse processo é muito lento e hoje todas as famílias passam por dificuldades porque não podem desmatar, nem explorar a área para manter suas atividades produtivas” – contestou Paulo Nukini, líder do povo indígena Nukini, que também faz parte do conselho.

A gestora do Parque Nacional da Serra do Divisor do Peru, Maria Helena Dias, participou da reunião para trocar experiências com os brasileiros. A unidade de proteção ambiental do Peru só foi instituída no final do ano passado.

“Na área protegida do Peru não temos famílias que moram dentro, apenas povos indígenas isolados que nunca tivemos contato. Nós trabalhamos muito com aquelas comunidades nativas e tradicionais que ficam em torno do Parque com o objetivo de protegê-las e garantir a sustentabilidade dessas famílias” – afirmou a representante peruana.

Tribuna do Juruá – Dejalcimar Rogério

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