A classe alega que ficou desassistida depois da construção da ponte
Aproximadamente 50 homens exercem a função de catraieiros em Cruzeiro do Sul (AC). No sindicato 90 pessoas são cadastradas, mas com a precariedade no retorno financeiro na profissão, muitos estão abandonando o cargo. A situação foi ocasionada depois da construção da ponte sobre o Rio Juruá, que por um lado facilitou o acesso da população, mas por outro deixou vários homens desamparados.
A redução da procura dos serviços vem preocupando os catraieiros, que pedem há mais de dois anos o apoio do governo, com outra forma de subsistência, mas segundo a classe só existem promessas. Francisco Lima explicou que os representantes do governo realizaram uma reunião, onde foram prometidas capacitações que pudesse oferecer aos catraieiros outra forma de trabalhar, mas segundo eles até o momento nenhuma resposta foi obtida.
“ Eles ainda deram durante 5 meses umas cestas básicas para nós, mas prometeram que iam nos ajudar, nos dar apoio, e nada foi feito ainda. Alguns aqui querem carros para vender lanche, outros querem vender churrasco. Nós só sabíamos fazer isso da vida, ser catraieiros, agora o que a gente pede é pelo menos o apoio do governo. Sabemos a importância da obra, mas ela gerou um impacto, e esse impacto deve ser solucionado” relatou .
A renda mensal de um catraieiro , a dois anos atrás, chegava a uma média de R$ 1500,00, o que hoje não alcança o valor de R$ 400,00. Segundo a classe, depois da construção da ponte, a procura da população pelo serviço praticamente desapareceu.
“Tivemos uma queda de 70% nos nossos serviços. Gastamos muito com gasolina, praticamente não dá para lucrar. Queremos uma resposta do governo. Queremos trabalhar, só o que estamos pedindo é um apoio. Nossa classe precisa encontrar outro meio para sobreviver, por que aqui ta muito difícil. Não ta dando para manter nossas famílias”, finalizou o presidente do Sindicato dos Catraieiros de Cruzeiro do Sul.