O sindicato dos soldados da borracha esclareceu para a classe a situação atual da busca pelos direitos indenizatórios e aumento de salário
Os soldados da borracha lutam na justiça pela conquista dos mesmos direitos dos ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial, além de buscarem uma indenização dos governos do Brasil e dos Estados Unidos por conta da violação dos direitos humanos sofridos nos seringais da Amazônia na década de 1940.
A indenização individual que a categoria busca equivale ao valor de R$700 mil, além do aumento salarial de R$1.356,00 para R$4.500,00. Atualmente 13.500 pessoas esperam pelo benefícios nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia.
Durante a reunião o presidente do Sindsbor, George Telles Menezes, explicou para a categoria que realizou no mês de março uma audiência pública com o juizado da corte especial nos Estados Unidos, na ocasião foi entregue um dossiê completo sobre a história vivida pelos soldados da borracha e seringueiros na Amazônia.
No Brasil o sindicato pede que os deputados se unam em busca de resolver os problemas da classe. A Proposta de Emenda Constitucional 556/2002, que reivindica aos Soldados da Borracha os mesmos direitos concedidos aos ex-combatentes de guerra, já foi aprovada no Senado, e agora está tramitando na Câmara dos Deputados. Os seringueiros esperam a concessão do direito de aposentadoria e pensão especial.
A ação judicial que reivindica a indenização corre na Justiça Federal e os soldados da borracha apelaram para a Corte de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que pressiona o governo brasileiro para o pagamento da indenização. O valor total pedido na ação, R$ 794 milhões, corresponde, segundo o sindicato, a uma estimativa inicial desta mesma compensação aplicada desde 1942.
HISTÓRIA
Mais de 60 mil trabalhadores foram enviados aos seringais da floresta amazônica no período da Segunda Guerra Mundial, sendo que 80% deles eram oriundos do Nordeste. Desses trabalhadores, cerca de 25 mil morreram logo nos dois primeiros anos de serviço, vítimas das doenças tropicais (malária, febre amarela), dos ataques de animais, das péssimas condições de vida e assassinados pelos seringalistas.
Tribuna do Juruá – Vanisia Nery