Obras estão sendo licenciadas sem a participação do Ibama, Funai, ICMBio e populações tradicionais
A recomendação, assinada pelo procurador da República em Cruzeiro do Sul Thiago Pinheiro Corrêa, recomenda, além da imediata interrupção do processo de licenciamento, até que o IBAMA participe dele, que também seja articulada, entre Ibama e Imac, avaliação de todo o processo de licenciamento realizado até o momento, bem como a abstenção de emissão de qualquer outra licença ou autorização, nos autos do mesmo processo administrativo sem a efetiva participação do Ibama, Funai, ICMBio e populações tradicionais afetadas.
Além disso, é recomendado que não seja iniciada qualquer obra, inclusive quanto ao trecho já licenciado, sem que haja a participação efetiva, no processo de licenciamento, de Ibama, Funai, ICMBio e populações tradicionais impactadas.
De acordo com as apurações realizadas, pelo MPF, o empreendimento incide sobre a Terra Indígena Campinas/Katukina e sobre a Reserva
Segundo o MPF, tanto a Constituição quanto tratados internacionais obrigam a consulta às populações tradicionais detentoras de áreas afetadas por medidas administrativas ou legislativas.
O MPF fixou o prazo de 20 dias, a contar do recebimento da recomendação, para que os órgãos informem o seu acatamento, identificando, de maneira detalhada, as medidas adotadas para seu cumprimento. A omissão na remessa de resposta no prazo estabelecido será considerada recusa ao cumprimento da recomendação e poderá ensejar a adoção das medidas legais pertinentes.
Assessoria