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Nukini: “a força do agronegócio impede a regularização das terras indígenas”

Acompanhando as votações no Congresso Nacional, o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Vale do Juruá, Luiz Valdenir Nukini, disse que a regularização fundiária das terras indígenas estão comprometidas. Entre os “entraves” está a força econômica do agronegócio, além da falta de vontade política da presidente Dilma Rousseff  (PT).

Apesar de não está no eixo da fronteira agrícola, ele citou o exemplo da terra indígena Apolima-Arará. Localizada no rio Amônia, região da Reserva Extrativista do Alto Juruá, a área é objeto de disputa entre madeiros, colonos, extrativistas e os índios. Depois de estudos e demarcações, conclui-se que é preciso indenizar e realocar os agricultores assentados pelo Instituto de Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O processo se arrasta por mais de uma década.

O líder indígena também destacou o papel “relevante” da Funai, que não realiza concurso público há muito anos. A instituição não possui quadros técnicos para fazer todas as demarcações. “Estamos pedindo uma reformulação das políticas indígenas, que não pode ficar nas mãos apenas de tecnocratas.Eles sequer conhecer a realidade das inúmeras nações indígenas brasileiras”, protestou Nukini.

O Acre é reconhecido como uma das regiões que mais avançou no tocante às causas indígenas. A força da Igreja Católica nas décadas de 70 e 80, o movimento ambientalista e nível de organização dos povos assegurou alguns direitos. Um dos principais expoentes dessa luta é o sertanista Antônio Macedo. Ele ajudou a demarcar quase todas as terras indígenas, sendo vítima de atentados e ameaças perpetrados por fazendeiros e madeiros.

 Tribuna do Juruá – Jorge Natal

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