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O que está por trás das eleições do PT

As eleições gerais do PT, que ocorrem amanhã (10), estão causando um frenesi no meio político. Depois de quatro administrações consecutivas, os militantes expõem as vísceras da legenda.  As tendências Democracia Radical (DR) e Democracia Socialista (DS), que estiveram unidas por todo esse tempo, decidiram se engalfinhar. Na realidade, não existem diferenças ideológicas, apenas a disputa por mais espaço político, o que se constitui em uma luta inglória para ambas.

Para entendê-las melhor é preciso conhecer as suas origens. Comecemos analisando a primeira corrente, a DR. Nasceu nos anos 80 sob o nome de Partido Revolucionário Comunista (PRC), cujos principais expoentes eram o hoje governador do Rio Grande do Sul, Tasso Genro, e o ex-presidente da sigla, José Genoíno. Como o fim do Socialismo Real, houve uma cisão. De lado e agora denominada Nova Esquerda, ficaram os moderados e, mantendo a tradição, formou-se o Movimento por uma Tendência Marxista (MTM).

Os membros da Nova Esquerda reformularam o programa partidário, principalmente durante o congresso de 1991. Genro e Genoíno foram os artífices e, aliados a membros da principal tendência, a Articulação, fizeram passar todas as suas teses. A partir daquele encontro o heterônimo de PPB (Projeto Para o Brasil) praticamente se fundiu à tendência de Lula e José Dirceu.

A DS sempre foi inexpressiva tanto no plano nacional como local. A sua inserção como tendência no Acre aconteceu por uma óbvia razão: ela está aglutinando todos os descontentes da fusão DR/Articulação. O candidato Sibá Machado era o principal líder da então maior força política do PT no Acre.

O Processo de Eleição Direta  (PED) acirrou os ânimos entre os militantes. Xingamentos, agressões físicas e suspeita de fraude dão a tônica do pleito. Desde publicações no Facebook denunciando depredação de carro até a suspeita de alteração de dados, passando pela possibilidade de intervenção nacional, essa eleição do PT ficará na história.

Caso a DS perda as eleições, os deputados Sibá Machado, Thaumaturgo Lima e Jonas Lima cairão em desgraça. Como detêm mandatos, gradativamente serão aniquilados pelo representante-mor da DR, Francisco Nepomuceno, o Carioca. A título de exemplos: recordem o que aconteceu com os ex-deputados Mazinho Serafim e Fernando Melo.

Ermício Sena é o candidato do núcleo do poder, capitaneado pelos irmãos Viana. É o favorito e, apesar da boa formação acadêmica, não tem autonomia para tirar o partido do buraco que se encontra. Aliás, o PT é um mero partido da ordem, igualando-se às demais legendas na famigerada disputa do poder pelo poder. Perdão leitor, o PT não é igual, é pior, porque tem uma vertente fascista e observação por dinheiro público.

Tribuna do Juruá – Jorge Natal

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