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População reclama de torrefação de café no Centro de Cruzeiro do Sul

Uma empresa de torrefação de café, instalada no Centro de Cruzeiro do Sul (AC), tem sido alvo de reclamações de moradores da cidade. Taxistas e comerciantes que trabalham nas proximidades ao local alegam que a fumaça lançada no ar durante a queima do café acaba sendo inalada e também se espalha pelos estabelecimentos, trazendo transtornos a quem precisa conviver com a situação.

O taxista Adriano Oliveira, de 40 anos, conta que o aroma levado pela fumaça fixa dentro dos carros até mesmo com os vidros levantados.

“O cheiro do café é agradável na mesa da gente, mas esse da fumaça da torrefação é muito forte, chega a dar tontura e dor de cabeça. Mesmo quando nossos carros estão fechados, o cheiro entra através do ar-condicionado. É lamentável, já faz anos que essa indústria funciona aqui no Centro da cidade e nada é feito para nos ajudar”, reclama.

O balconista de farmácia, Raualisson Chaves de Souza, de 21 anos, relata que muitos clientes chegam a reclamar do cheiro forte da fumaça que se espalha pelas ruas.

“Isso acontece umas três vezes por semana. Nós que trabalhamos aqui nas proximidades não sabemos mais o que fazer, pois é muito desagradável o odor que essa fumaça gera. Os clientes reclamam muito nos dias que tem queima de café. A fumaça se espalha mesmo pelo Centro da cidade e entra na farmácia”, conta.

O taxista Francisco Ângelo Damasceno, de 46 anos, diz que há muitos anos a indústria é instalada no Centro da cidade e mesmo com as reclamações constantes nada foi solucionado até momento.

 “O carro pode estar fechado ou aberto e espalha mesmo esse cheiro. Muitas pessoas reclamam, e isso prejudica a saúde da gente, de uma forma ou de outra, a gente acaba sentindo as consequências”, disse.

O gerente do Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac), Isaac Ibernon, explica que é permitido o funcionamento do local  em razão de ter uma autorização de uso e ocupação do solo, expedida pelo município. Ainda segundo ele, como Cruzeiro do Sul não possui um plano diretor, não existe legislação em vigor para impedir o funcionamento da torrefação no centro da cidade.

“Mas temos que ressaltar que há problemas sérios, não apenas com a torrefação, mas com outras indústrias, como marcenarias e serrarias em razão da poluição sonora. O que agrava isso na parte ambiental é que  quando elas fazem tudo o que a legislação pede para se regularizar, o Imac não tem o poder de retirá-los de lá, pois o que resolveria o problema seria o plano diretor de Cruzeiro do Sul estabelecendo quais seriam os bairros comerciais, residenciais e industriais”, esclarece.

Procurado pelo G1, o gerente da empresa de torrefação, Manoel Magalhães, preferiu não dar entrevista, mas explicou que a previsão é que até o dia 15 de março a fábrica pare de funcionar no centro da cidade e seja instalada no Polo Industrial, localizado na Estrada Nova Olinda.

Vanísia Néry – G1

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