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Preço da farinha de Cruzeiro do Sul supera o café

Quem acompanha a oscilação dos preços dos produtos agrícolas, em nível nacional, percebe algo atípico. Há meses o preço da farinha de Cruzeiro de Sul mantém o mesmo valor, superando os tradicionais produtos made in brazil como o café e a soja. Com uma produção reduzida e uma procura intensa, o preço chegou a R$ 200 a saca. O quilo, que custa entre R$ 4 e 5 reais, já começa a faltar nas prateleiras dos supermercados.

O diretor da Central de Cooperativa do Juruá, Reginaldo Rodrigues, tem explicações para a valorização do produto e a conseqüente alta do preço. “O principal motivo, na minha modesta opinião, é o fato de os filhos e netos dos agricultores não quererem continuar o ofício. O outro fator que reduziu a produção foi a proibição das queimadas. Por último, eu diria que foi a abertura definitiva da BR 364, que acabou com o estoque do produto na cidade”, assim avaliou ele.

O agricultor de 62 anos, Júlio Monteiro, diz que o aumento do preço da farinha foi uma forma de valorizar ainda mais o seu trabalho e acha justo o preço cobrado pelo produto. “Melhorou muito. Consegui vender tudo sem sair de casa. Vendo direto da minha casa de farinha todas as sacas por R$ 170”, conta.

Mesmo com a farinha mais cara, o consumidor acredita que a tradição acreana não deve enfraquecer. O autônomo Francisco Teixeira da Conceição apóia o preço cobrado pelo produtor e diz, bem humorado, que no Acre é muito difícil as pessoas se desapegarem dessa iguaria típica da região. “Faltou farinha, o acreano morre. E não adianta dizer que está caro, eu compro dele porque eu não sei fazer e tenho que pagar o preço que ele cobra”, disse ele.

Tribuna do Juruá – Jorge Natal

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