Ontem (23) por volta das 3h10 da madrugada, a polícia foi acionada para atender uma denúncia de perturbação do sossego no estabelecimento ”Lobos Rock Beer” do proprietário Cledson Castanho Soares mais conhecido como ‘Diquinho’.
Quando os policias chegaram ao local uma das vítimas o Juiz Hugo Barbosa Torquato Ferreira de 38 anos, acompanhou o procedimento da policia.
Foi solicitado ao proprietário que apresentasse a documentação necessária para o funcionamento e os policiais perceberam que o horário estava excedido em mais uma hora, pois o horário de funcionamento é das sete às duas da manhã.
Segundo os policiais que atenderam a ocorrência, o dono do estabelecimento aparentava ter ingerido bebida alcoólica e quando perguntado sobre seu estado de embriagues ele respondeu que os policiais não tinham como provar que ele tinha ingerido bebida alcoólica.
Cledson tinha conhecimento que o horário estava excedido e questionou o procedimento dos policiais alegando que a vítima que denunciou o caso era Juiz de Direito e que tinha conhecimento de que ele não estava no exercício da profissão e não poderia acionar o policiamento.
Diquinho pediu para que os policiais se retirassem do local por se tratar de um estabelecimento particular. De acordo com os policias em nenhum momento a Hugo Torquato se apresentou como Juiz de Direito, mas como vizinho do estabelecimento, esclarecendo que estava há dois dias sem dormir em virtude das atividades do bar, onde a polícia constatou que o som estava em alto volume e só foi reduzido após a solicitação dos policiais.
Hugo Torquato permaneceu do lado de fora e não participou da diligência, apesar disso, o dono do bar informou aos clientes que estavam no local que o ocorrido teria acontecido por causa de um juiz, o que inflamou alguns clientes a se dirigirem à Hugo questionando sua conduta. Segundo testemunhas a vítima conversou com muita tranquilidade com essas pessoas do lado de fora do bar.
Ivonelio Nery Ferreira de 35 anos de idade passou a xingar a vítima com palavras de baixo calão e Simone Vieira Nielo Blanco de 37 anos disse que o Juiz estava se achando o dono da cidade e que ia acionar a polícia federal. A vítima ao ouvir tais insultos determinou a prisão em flagrante dos ofensores, justificando que estava sendo agredido verbalmente em razão da sua função.
Após serem conduzidos à viatura para serem encaminhados para a Delegacia Geral de Cruzeiro do Sul, os ofensores explicaram ao Juiz que são professores da UFAC e Doutores e pediram desculpas pelo ocorrido.
O Juiz pediu aos policiais que os liberassem e que não fossem presos em flagrantes.
Os policias entraram em contato com o gerente da Furepol para autuação do estabelecimento, enquanto aguardavam a chegada do gerente, o proprietário do lugar reclamou da demora e disse que precisava dormir e não era obrigado a esperar ninguém por que não tinha cometido nenhum crime para estar detido. Foi explicado que era lícito o encaminhamento dele à Delegacia.
Entretanto Torquato insistiu para que não fosse realizado o procedimento criminal, porque sabia que não achariam um delegado naquele momento e que o proprietário do bar ficaria detido até a chegada de um delegado.
Apesar disso, Cledson continuou reclamando e adentrou o estabelecimento e trancou a porta de acesso principal e não voltou mais. Com a chegada do gerente da Furepol foi lavrado a auto de infração.
Segundo o delegado Tonine, o proprietário vai responder por perturbação do sossego e os professores serão indiciados por desacato.
Tribuna do Juruá – Uiliane Barbosa