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Quase um ano depois PC não sabe quem furtou 40 kg de drogas da Delegacia de Cruzeiro do Sul

A Corregedoria de Policia Civil nega, mas o furto de 40 kg de drogas da Delegacia de Cruzeiro do Sul ocorrido há 8 meses caminha para lista de crimes insolúveis, embora os autores tenham deixado suspeitas suficientes para a investigação que ainda está em curso. Habilidade dos criminosos – entre eles agentes de polícia suspeitos – falta de recursos ou incompetência dos investigadores?

Para entender o caso:

O caso veio à baila no dia 14 de agosto do ano passado, mas a Policia Civil (PC) não sabe a data certa que a droga sumiu de dentro da Delegacia. O corregedor de Policia Civil, Josemar Portes, esteve no local do crime e lidera a investigação junto com o delegado Alcino Vinicius.

O produto de furto – cerca de 40 kg de drogas – foi apreendido em uma operação da Policia na BR 364, trecho entre os municípios de Tarauacá e Cruzeiro do Sul. Porém, isso é tudo que se sabe ou que foi divulgado sobre o caso.

Em entrevista exclusiva ao Ac24horas esta semana, o corregedor da PC, Josemar Portes, considerou o crime como uma ação grave, confirmou a participação de agentes da Polícia no caso e considerou o crime como de difícil elucidação.

“Sabe-se que a droga sumiu, mas esse é um produto que não tem código de barras. Ai um dos fatos que torna a investigação minuciosa. Essa droga pode até já ter sido apreendida em outras operações, com outros autores” comentou o corregedor.

A investigação – ainda de acordo o corregedor, a PC pediu a quebra de sigilos bancários e telefônicos dos suspeitos e tem agido dentro dos mecanismos que o fato requer, inclusive com a realização de oitivas e medidas drásticas.

“Não podemos adiantar muita coisa porque atrapalharia nas investigações, mas chegaremos em breve aos autores desse crime” acrescentou Portes.

A Polícia sabe que a ação foi planejada e muito bem arquitetada, as provas estão pelo horário e o dia em que aconteceu o furto. Segundo o corregedor, quem se envolveu nessa operação tinha conhecimento profundo sobre o fluxo e a rotina da Delegacia.

“Não tinha dia e horário mais adequado do que aquele em que se realizou a operação” adiantou o corregedor.

Para a Corregedoria da Policia Civil elucidar o caso é uma questão de honra para que não prevalece a impunidade em uma região conhecida como verdadeiro paraíso para o tráfico de drogas. O furto de 40 kg de drogas de dentro da Delegacia pode estar relacionado à rota internacional estabelecida por peruanos e colombianos vizinhos.

“A Polícia trabalha com todas as linhas de investigação para elucidar este caso”, concluiu o corregedor.

Fronteira aberta – A imensa fronteira do Juruá é uma espécie de paraíso para o crime organizado pelos vizinhos peruanos e colombianos que aos poucos, devido a fiscalização ineficiente, vão transformando a área numa das maiores de tráfico internacional de drogas.

Recentemente, durante avaliação sobre a ‘Operação Traíra’ no 61º Batalhão de Infantaria de Selva (61º BIS), em Cruzeiro do Sul (AC) o general Guilherme Theóphilo fez críticas ao governo federal e ao Ministério da Justiça, alegando falta de estrutura e recurso para realizar operações nas fronteiras:

“Não consegui que o governo federal olhasse para a nossa Amazônia com outros olhos. Falta estrutura e recurso, não só para as Forças Armadas, mas também para as polícias e Corpo de Bombeiros. O desejo é que os órgãos de segurança, juntamente com o Ministério da Justiça sejam mais efetivos e eficazes no combate aos crimes transfronteiriços”, destacou o general durante entrevista coletiva.

A rota do tráfico – Antes, o Rio Môa era uma das principais rotas do tráfico, mas com a instalação de um pelotão do Exército, os traficantes desviam antes da base militar para o Rio Paraná dos Mouras, através de trilhas que ligam os rios.

Esses fatos foram revelados por moradores da região ao ac24horas durante reportagem feita no Rio Azul e em visitas às comunidades Foz do Breu – última fronteira por água com o Peru – e na Vila Restauração, ambas localizadas pertencentes ao Município de Marechal Thaumaturgo, no Acre.

Eles abrem trilhas para chegar ao Rio Paraná dos Mouras. As trilhas ficam próximas a ramais dos municípios de Mâncio Lima e Rodrigues Alves. Os rios Juruá Mirim e Paraná dos Mouras, afluentes do Juruá, são as rotas mais utilizados pelos traficantes. Mas é o Juruá Mirim, que deságua no Juruá nas proximidades da sede do município de Porto Walter, o preferido dos cartéis da droga. E devido à ação dos traficantes, muita gente evita navegar pelas águas barrentas desses rios.

A lei do silêncio na selva – no meio da floresta amazônica, nas linhas hidroviárias consideradas de alto risco de navegação onde os agentes do tráfico transitam fortemente armados, o que prevalece é a lei do silêncio, ribeirinhos, seringueiros assistem a movimentação calados e praticamente isolados.

Fonte:ac24horas-Jairo Carioca

 

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