As vítimas da possível doença foram Paulo dos Santos Rocha, morto em 25 de outubro quando viajava para Rio Branco, e Daniel Souza da Silva, que morreu no último dia 06 de novembro. No último domingo, a morte de um homem na UTI do Hospital do Juruá, com os mesmos sintomas, alertou ainda mais as autoridades de saúde do Estado. Uma mulher, que mora na localidade do Paraná dos Mouras, em Rodrigues Alves, também estaria apresentando os sintomas da doença.
Segundo relatórios médicos, Paulo dos Santos Rocha vinha apresentando os problemas fazia vários dias, primeiro perdendo o movimento das pernas e depois passou a ter problemas de respiração, quando a assistência social do presídio recorreu ao programa do TFD para que o presidiário fosse encaminhado para Rio Branco já que, em Cruzeiro do Sul, ninguém tinha conhecimento da doença.
Daniel Souza morreu com os mesmos sintomas e as autoridades de saúde passaram a suspeitar que os dois possam ser vítima da doença descoberta em 1859, pelo médico francês Jean B. O. Landry. Na época, ele descreveu pacientes com distúrbios dos nervos periféricos que paralisavam os membros, o pescoço e os músculos respiratórios.
A relação entre as duas vítimas é a coincidência de os dois terem sido presos pela Polícia Federal por tráfico de drogas na região do Paraná dos Mouras, região dos municípios de Rodrigues Alves e Mâncio Lima, na fronteira com o Peru, onde há rotas de tráfico. Paulo dos Santos Rocha morava na localidade, na comunidade conhecida como Continuação. Daniel Souza, que aparentemente não conhecia Paulo dos Santos, morava em Rodrigues Alves e fazia os mesmos caminhos de Paulo dos Santos Rocha, apontado pela Polícia Federal como guia dos traficantes peruanos que agem na região.
O relatório sobre a doença, que será feito a partir de exames laboratoriais de sangue e líquidos da coluna dos mortos, além de amostras de fígado, baço e pulmão, já foram enviados ao Instituto Carlos Chagas, em Belém (PA), deve sair dentro de 90 dias.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal