De acordo com o representante da classe, Manoel Alves da Silva, o impasse foi provocado pela direção do hospital que passou a funcionar sem internações. Os paciente, segundo ele, estão sendo encaminhados para os leitos do Hospital do Juruá. “Acontece que aquela unidade não nos dá a devida atenção, uma vez que necessitamos de um atendimento diferenciado”, disse ele, acrescentando que a direção reencaminha os doentes para o Hospital Dermatológico.
O vereador Elenildo da Pesca (PP), por sua vez, ameaçou acionar a Justiça caso o governo estadual não reconsidere a medida. “Os pacientes têm enorme dificuldade de locomoção. Um governo que fala em humanização deveria ter vergonha. Vamos empreender todos os esforços para reverter essa situação”, prometeu.
Quase todos os usuários moram nas proximidades do hospital. A senhora Maria José Souza Gomes, amputada como os demais e há 15 anos vivendo em uma cadeira de rodas, acredita que o governador Tião Viana, por ser médico, vai rever a portaria. “Ele é humano e gosta de idosos”
Sucateamento e desativação
A unidade de saúde está sendo sucateada e aos pouco desativada. As instalações foram reduzidas em cerca de 50%, o que comprometeu alguns serviços como a oferta de leitos. O centro ortopédico, que deveria confeccionar calçados e próteses, está sem material há oito meses. “A lavandeira está funcionando parcialmente, enquanto a demanda pelo serviço cresce”, denunciou um servidor, que pediu para não ter o nome revelado.
Considerado como patrimônio da cidade, o hospital foi idealizado e construído pela Igreja Católica há cinco décadas. Os recursos, segundo os ativistas do Morhan, vieram da Alemanha. As instalações, segundo eles, estão sendo preparadas para acomodar uma nova unidade, que está sendo chamada de “Hospital de Doenças Tropicais”.
Por Jorge Natal