As manifestações sociais que inundaram as ruas do Brasil, em julho deste ano, são uma prova cabal disso. Organizadas pelo poder mobilizador das redes sociais, é um importante sintoma político que aponta um vigor da sociedade civil contra o Estado. Contudo, não tentemos compreender depressa demais este fenômeno, nem sobre ele depositar exagerada confiança, pois lhe falta consistência ideológica.
A crise também atinge as instituições. Criado a partir da Constituinte de 1988, o Ministério Público Estadual (MPE), por exemplo, está perdendo a sua função precípua, como diz a Carta. Gradativamente, está deixando de ser o guardião das leis e defensor da sociedade. O órgão acreano, em particular, transformou-se em uma correia de transmissão do poder Executivo, chegando ao ponto de condecorar administradores notadamente corruptos.
Os poucos órgãos e instituições que gozam de prestígio na sociedade, o PT tenta jogar na mesma vala comum. É só refletir sobre os constantes ataques ao Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal (STF).
No Acre, quando termina uma eleição, já se começa outra. A disputa pelos cargos majoritários [Governo e Senado] virou uma carnificina. E o mais degradante é que, nos dois campos, os gladiadores se enfrentam entre si, num vale-tudo, onde “do pescoço pra baixo tudo é canela”.
O mais aterrorizador: não existem causas e/ou projetos. É uma nefasta briga do poder pelo poder. Alguém poderia citar o projeto político da oposição? Acompanho política há 25 anos e não conheço. E o PT? O que vocês acham daquele engodo chamado florestania? E o projeto de industrialização do atual governo? Alguém poderia citar o nome de uma empresa instalada na Zona de Processamento de Exportação (ZPE).
Somos um estado paupérrimo [o pior PIB do país], que ainda se dá ao luxo de pagar pensões a ex-governadores e formar uma casta de novos ricos. De acordo com o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), amargamos os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), saneamento básico, renda per capita, analfabetismo e expectativa de vida. Diante desse quadro, vejam o que querem ou propõem os candidatos a governador nas eleições de 2014.
Aliás, Petecão não tem moral pra falar em oposição porque mamou nas tetas do poder quando estava na Assembléia Legislativa. Sem contar que cometeu ilícitos, apropriando-se dos salários de assessores, o que lhe rendeu inquéritos e investigações dos órgãos de controle. E o que é pior: estuprou a Constituição e o Regimento Interno para permanecer oito anos consecutivos na presidência da “Casa”.
Quis aferir seu “prestígio” nas eleições municipais na Capital. Seu candidato, o Fernando Melo, além de dividir a oposição, não teve votação pífia. Está obcecado para ser candidato a governador. Sem um discurso político qualquer espécie de proposta, deve repetir a votação de seu pupilo.
Ele é aquele deputado cujo irmão esteve envolvido num dos maiores esquemas de corrupção já registrados na história do Acre – a famigerada conta “Flávio Nogueira”. Será que a carreira política desse moço não se beneficiou desses recursos? O seu discurso se assemelha muito, mas muito mesmo, com a de outro parlamentar que já governou o Acre.
Também é conhecido como o Ovo da Serpente. Por quê? Sabemos apenas quem o apelidou, no caso o ex-deputado e empresário Narciso Mendes, nos idos tempos do MDA. Pode ser o mal na iminência de eclodir. Também existem fortes indícios de que é algo inconfiável, que trai, usa e descartar aliados e amigos, além de ter uma ambição desmedida e desproporcional ao seu talento.
Mesmo fazendo um mandato praticamente temático, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) o considera como um dos deputados mais atuantes no Congresso Nacional. Henrique Afonso não uma única mácula em sua trajetória política. Além de uma boa formação intelectual, tem boa capacidade de articulação e capital político acumulado. Os setores mais esclarecidos da população simpatizam com o seu nome para governador.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal