O caso revoltou os familiares da paciente que procuraram ac24horas para denunciar, o que eles classificam como erro médico.
De acordo com a filha de Leuda Cruz, Ângela Maria Alves da Cruz Mugrabe, durante a cirurgia sua mãe teve uma artéria cortada o que causou uma hemorragia e comprometeu a circulação de sangue na perna direita.
A gravidade do ferimento ainda comprometeu o funcionamento de outros órgãos como rins e fígado e fez com que a dona de casa fosse internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas, em Rio Branco. O quadro clinico da paciente se agravou e ela veio a óbito por volta das 15h00.
A direção da unidade de saúde tentou justificar o erro como uma fatalidade e disse que todos os esforços para reestabelecer a saúde e salvar a vida da dona de casa foram empregados pela equipe médica.
Leuda Cruz nasceu com uma má forma congênita na região do quadril e que ao longo dos anos foi se agravando por conta de uma artrose. Nesta semana a dona de casa aproveitou a chegada de médicos do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), que realizaram um mutirão de cirurgias ortopédicas para solucionar o problema e se livrar das fortes dores que sentia que só era controlada a base de remédios.
Conta os familiares que durante o procedimento cirúrgico uma artéria de grosso calibre foi rompida causando uma forte hemorragia. Ainda segunda versão deles, o procedimento cirúrgico teria sido interrompido para os médicos tentar controlar o sangramento. Pelo menos três cirurgias teria sido realizadas, mas a hemorragia não cessou e os médicos ainda teriam realizado um corte na perna na tentativa de drenar a hemorragia, mas não obtiveram sucesso e decidiram por amputar a perna da dona de casa.
Por conta da hemorragia os rins e o fígado de Leuda Cruz paralisaram e ela teve que ser internada as pressas na UTI e ser submetida a hemodiálise. Nas ultimas 24 horas o quadro clinico da paciente se agravou e os esforços realizados pelos médicos não atingiram o resultado esperado.
Familiares denunciaram ainda que a direção do Hospital das Clínicas tentou encobrir o erro. “A todo custo eles tentaram encobrir a perversidade que fizeram com a minha mãe; a perna dela estava retalhada, embalada em panos e saco plásticos… depois tentaram descartar a perna, jogando-a no lixo, tudo para que não víssemos o que eles tinham feito. Minha mãe veio tentar curar um problema e acabou morrendo por causa de um erro irresponsável”, disse Ângela Maria.
A reportagem conversou com o Gerente Geral do Hospital das Clínicas, Yôtaro Alberto Camargo Suzuki, que descartou qualquer tipo de negligencia ou erro médico e atribuiu o problema a uma anomalia congênita nas artérias de Leuda Cruz.
“A paciente tinha uma anomalia congênita das artérias que irrigam quadril e coxa; por conta dessa anomalia houve a lesão da artéria no momento de retirar parte do acetablo onde é fixada a prótese. Essa lesão causou grande sangramento, os médicos ainda tentaram corrigir a anomalia para garantir a irrigação do membro inferior direito, porem a reperfusão (chegada de sangue no membro), levou a necessidade de se fazer uma faceotomia (corte na perna para diminuir o inchaço no local). Os procedimentos usados não corrigiram o problema e então foi optado pela amputação, para preservar a vida da paciente”, disse o gerente geral.
No momento da conversa da reportagem com a gerência do hospital, Leuda Cruz ainda estava viva sendo medicada na UTI do HC. Yôtaro Suzuki confirmou que a paciente estava sendo submetida à hemodiálise por conta das complicações renais e que seu quadro era grave e havia risco de morte. Só depois ele soube da morte.
A família promete denunciar o quadro clínico do Hospital das Clínicas do Acre ao Ministério Público Estadual.
Gleydison Meireles – da redação do ac24horas