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Seis cidades continuam alagadas no AC e há alerta para risco de doenças

Entrega dos Correios está interrompida nas cidades atingidas. Manoel Urbano, invadida pelo rio, irá decretar situação de emergência.

Seis cidades do Acre continuam alagadas pelas cheias dos rios que castigam o estado e afetam cerca de 80 mil pessoas, segundo o comandante da Defesa Civil, coronel João de Jesus Oliveira da Silva.

 Estão inundadas pelo rio Acre as cidades de Xapuri, Rio Branco e Porto Acre; pelo rio Iaco a cidade de Sena Madureira e Santa Rosa do Purus. Uma nova situação que está preocupando os órgãos públicos nesta sexta-feira (24) é a cidade de Manoel Urbano, que foi invadida pelo rio Purus e irá decretar situação de emergência.

 Em Assis Brasil e em Brasiléia, a situação é de estabilidade e a água começa a baixar, informou o coronel. Mas os agentes da Defesa Civil e dos bombeiros continuam monitorando a situação, pois há previsão de chuva para o fim de semana. Ao todo, mais de 22 mil famílias (cerca de 80 mil pessoas) foram atingidas pelas inundações, que deixaram mais de 6,8 mil desabrigados, pelo menos 5.730 em Rio Branco, a capital.

 O governo informou que as entregas de cartas e encomendas pelos Correios estão comprometidas. As atividades do Centro de Entrega e Encomendas dos Correios (CEE) estão paralisadas desde quinta-feira (23). Desde o carnaval, encomendas destinadas ao Acre ficarão retidas em Rondônia. Ainda não há previsão de retomada do atendimento nas regiões alagadas, segundo os Correios.

 A Secretaria de Estado da Educação informou que tem 20 escolas urbanas e uma rural afetadas pela cheia. Em Rio Branco, 13 escolas com 2.982 alunos foram atingidas e não estão em funcionamento.

Medo de doenças

 Nesta sexta-feira (24), o nível do Rio Acre marcava 17,54 metros às 9h. Em 1997, o Rio Acre alcançou o nível máximo já registrado, com 17,67 metros, sendo considerada uma das piores cheias da história do estado.

O governo está preocupado não só com as perdas materiais dos atingidos, mas alerta também que é grande o risco de pessoas que transitam nos alagamentos contraírem doenças infectocontagiosas como a leptospirose, hepatite A, tétano, diarreia aguda, vírus e parasitas, além de febre tifoide.

 Para a gerente da vigilância epidemiológica, quando não houver como evitar o contato com a água da enchente uma dessas recomendações é o uso de botas e luvas de borracha, além de tentar não manusear objetos sujos de lama.

 Prejuízo

 Em um relatório parcial elaborado em conjunto pela Secretaria Municipal de Floresta e Agricultura (Safra), Defesa Civil e Governo do Estado aponta prejuízo de cerca de R$12,4 milhões na produção agrária de 16 comunidades rurais de Rio Branco,  por conta da cheia do Rio Acre e seus afluentes. Principalmente os plantios de mandioca, banana, grãos e frutas se perderam com a alagação dos roçados.

 A capital do Acre decretou situação de emergência devido às cheias. Segundo a Defesa Civil, o nível do rio Acre e de seus afluentes na cabeceira está baixando, mas o rio continua alto nas cidades e ainda pode subir. Técnicos estão acompanhando a movimentação das águas.

Do G1 São Paulo

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