Um grupo de pouco mais de 30 pessoas, entre amigos e familiares de Jardel Gondim, se reuniu em frente à Delegacia de Polícia Civil do município de Rodrigues Alves, nesta terça-feira (14), para pedir punição para o policial militar que efetuou o disparo que tirou a vida do jovem de 20 anos de idade. A família contesta a versão de que Jardel teria reagido com uma faca a prisão no momento em que foi assassinado e pede que o policial seja penalizado.
A maioria dos familiares que compareceram à delegacia nesta terça-feira mora em Cruzeiro do Sul, distante a 12 quilômetros, e tiveram que fretar um carro para chegar a Rodrigues Alves. Vestidos com camisas em homenagem a Jardel, a mãe, o pai, a avó, tios, irmãs e outros parentes se posicionaram na entrada do departamento policial e passaram a criticar a atitude dos policiais que atenderam a ocorrência no dia do homicídio.
A mãe do rapaz, ainda inconformada, contestava: “Porque não atiraram na perna do meu filho e prenderam ele? Porque atiraram logo para matar?” questionava aos prantos.
“É preciso que eles mostrem onde está a faca que meu irmão usava na hora que eles encontraram ele” – retrucou a irmã, Marciene Gondim.
O delegado Lindomar Ventura conversou com os familiares da vítima e garantiu que as investigações estão sendo feitas com o objetivo de elucidar o caso. Segundo ele, a policia civil já ouviu todos os policiais envolvidos e irá tomar depoimento de dois tios de Jardel e da avó que estavam no local e alegam que a vítima não teria reagido contra a guarnição.
“Todas as informações que sejam pertinentes e que considerarmos importantes para apurarmos os fatos serão levadas em consideração. Portanto, vamos ouvir também os familiares da vítima” – disse Ventura.
O homicídio
Jardel de Morais Gondim foi vítima de um disparo efetuado por um policial militar na tarde do último domingo. Ele foi acusado de ter cometido uma tentativa de homicídio em Cruzeiro do Sul, onde teria desferido duas facadas em outro homem e fugiu para Rodrigues Alves. Para escapar da polícia, ao chegar a Rodrigues Alves, o acusado teria mantido uma adolescente de 13 anos como refém, mas o pai da garota conseguiu resgatá-la. Minutos depois, policiais de Rodrigues Alves localizaram Jardel que já estava na casa de sua avó.
De acordo com a PM, durante a ação na tentativa de prendê-lo, o rapaz teria reagido e partiu com uma faca para atingir um policial, para conter os ânimos do acusado, o sargento Maurício Garcia teria efetuado três disparos de advertência e, como jovem não se rendeu, o policial disparou mais uma vez atingindo o tórax da vítima que morreu no local.