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Polícia investiga esquema de fraude em sorteio de casas populares no AC

A Polícia Civil e Ministério e Público do Acre (MP-AC) realizaram, nesta segunda-feira (1), a primeira fase da ‘Operação Lares’, em Rio Branco. De acordo com a polícia, funcionários públicos e corretores estariam envolvidos em um esquema de fraude na entrega de casas populares. A denúncia foi feita pela própria Secretaria de Habitação do Acre (Sehab) e depois por uma das corretoras que fazia parte do esquema.

Oito pessoas foram ouvidas e cinco mandados de busca foram cumpridos em Rio Branco. Entre os suspeitos, estão uma funcionária da Secretaria de Habitação do Acre (Sehab) e um servidor lotado na Junta Comercial.

A denúncia aponta que mais de 30 pessoas repassaram valores entre R$ 5 mil a R$ 30 mil aos corretores, que prometiam a facilitação da entrega das casas populares. Ainda segundo a investigação, a funcionária da Sehab também facilitava o esquema, que movimentou quase meio milhão de reais.

“Algumas pessoas que pagaram por essa facilitação já tinha cadastro na Sehab. Aí temos dois lados, das pessoas que compravam e dos funcionários que ajudavam nessa facilitação. Ao todo devem ser 50 indiciados. Não sabemos ao certo informar a extensão do dinheiro movimentado, mas cada compra variava de R$ 5 a R$ 30 mil”, destaca o delegado responsável pelas investigações, Roberth Alencar.

O secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, disse que esta é a primeira fase da operação, que tem o objetivo colher provas. “Estamos colhendo provas, cumprimos cinco mandados e oito pessoas foram ouvidas. De maneira nenhuma vamos nos retrair. Não admitimos essa postura, ainda mais em crime que envolve fraude e o erário público”, enfatiza.

A promotora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Marcela Ozório, informou que o MP-AC soube da denúncia através de uma das corretoras que fazia parte do esquema e decidiu entregar. Ao abrir inquérito, o órgão resolveu se juntar à Polícia Civil, que também já estava nas investigações, que duraram três meses.

Na primeira fase da operação, polícia apreendeu documentos, computadores e celulares para coletar provas (Foto: Iryá Rodrigues/G1)

“Um dos infratores denunciou o esquema de facilitação, nos encaminhou alguns materiais. Soubemos que a Polícia Civil já estava nas investigações e decidimos fazer o acompanhamento”, explica.

Ao G1, o secretário de Habitação do Acre (Sehab), Jamyl Asfury, informou que assim que recebeu a denúncia de que uma funcionária da secretaria estaria envolvida no esquema, coletou documentos e encaminhou à polícia em novembro de 2015. Segundo Asfury, a servidora foi afastada da secretaria “imediatamente”.

“Caso seja comprovado o envolvimento de servidores da Sehab, o estado tem uma posição intolerante a cerca disso. Não vamos aceitar, porque é uma ação de corrupção. A denúncia que chegou foi de que isso vinha ocorrendo desde o início de 2014. Por precaução, aproveitei para afastar a personagem principal, para que ela não tivesse mais nenhum contato”, afirma Asfury.

Fonte: Iryá Rodrigues do G1 AC

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