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Português acusado de tráfico de drogas é capturado novamente e levado para o presídio de Cruzeiro do Su

O português Joaquim Antônio Custódio Fadista, de 65 anos, foi preso pela terceira vez em uma área indígena, na fronteira do Brasil com O Peru, região isolada e de difícil acesso.

Fadista, é narcotraficante internacional e por várias vezes já foi flagrado com ilícitos de terras pertencentes a populações indígenas no Acre.

Falhas cometidas pela Justiça Brasileira beneficiaram o traficante e impediram que o mesmo estivesse cumprindo pena no país.

Em 3 de dezembro de 1994, Fadista foi preso na cidade de Fortaleza, no Ceará, e condenado por tráfico de droga.

O traficante cumpriu pena no Estado e, devido a essa condenação, começou a responder a um processo de expulsão do Brasil.

No entanto, Fadista foi libertado antes que a expulsão se concretizasse, e a Polícia Federal não foi informada, disse à Agência Lusa o delegado regional de Combate ao Crime Organizado, Flávio Augusto de Araújo Pinheiro.

A expulsão do português só foi realizada em abril deste ano, um mês depois de voltar a ser preso numa área indígena no Estado do Acre, perto da fronteira do Brasil com o Peru.

“Quando foi capturado no Acre, portanto, o traficante deveria ter sido preso, e não expulso do país, ” disse.

Em vez de reparar o primeiro erro, a expulsão revelou outra falha do Judiciário brasileiro. As autoridades não sabiam, mas, Fadista tinha uma pena de oito anos de prisão por cumprir no Brasil.

Depois da condenação no Ceará, o traficante foi apanhado quando viajava de em um veículo com nove quilos de cocaína no Estado do Maranhão, em dezembro de 2008, e depois e julgado.

“Por uma falha na Justiça do Maranhão, ele foi condenado a oito anos, mas não foi expedido o mandado de prisão”, afirmou Pinheiro.

Segundo o delegado regional, na ficha criminal de Fadista consta ainda mais uma pena cumprida por narcotráfico, no Luxemburgo. Dados da Interpol revelam que, em 2 de fevereiro de 1991, o português foi preso no aeroporto do país com cocaína escondida numa estátua de madeira.

O delegado disse que a Polícia Federal brasileira tenta agora verificar se o traficante também é procurado no Peru, já que foi por esse país que ele entrou no Brasil por duas vezes neste ano. As autoridades brasileiras não têm indícios de que ele tenha cometido crimes em Portugal.

Sobre a vida do português na sua terra natal, a polícia sabe pouco. Fadista tem 57 anos e, muito provavelmente, é originário de Beja.

O traficante possui ensino superior incompleto, mas diz que, atualmente, trabalha como madeireiro. Afirmou já ter sido casado com uma brasileira, com quem teve uma criança.

Após a expulsão do Brasil, Fadista voltou a ser preso na em agosto deste ano  na mesma área indígena em que tinha sido detido no início do ano.

Ele foi localizado perto de uma base da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), cujos funcionários denunciaram no final de julho que estavam cercados por um grupo de traficantes peruanos fortemente armados.

As buscas da Polícia Federal pelos arredores do posto da FUNAI levaram ao acampamento onde Fadista foi encontrado.

Segundo o delegado Pinheiro, o português estava sozinho no local e foi apanhado com objetos furtados dias antes do posto da FUNAI.

 Tribuna do Juruá

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