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O palhaço e ovo

É muito cedo para fazer prognósticos no tocante às eleições de 2014. Não dá nem uma caricatura do cenário. Apesar dos escândalos, a reeleição do governador Tião Viana ainda figura como favorita. Não tenho nenhuma simpatia pelo atual projeto de poder e devo anular o meu voto. Mas o objeto deste parco arrazoado é o que se convencionou chamar de oposição, que, na próxima semana, irá fazer um encontro aqui no Vale do Juruá.

A princípio, os seus integrantes nunca tiveram nem têm projetos para o Acre e, conseqüentemente, não possuem discursos políticos e muito menos quadros qualificados (moral e intelectualmente). À exceção do ex-deputado João Correia, o resto é só tranqueira.

Como todo respeito aos artistas circenses, o senador Sérgio Petecão é um palhaço. Acha que pode resolver os problemas do Estado e da nossa gente com piadas e improvisos. Petecão, quando você vai entender que a sua eleição majoritária foi por causa do voto útil, ou seja, o voto de protesto. Os 4% do Fernando Melo não foram suficientes para o senhor entender isso? Ninguém merece um candidato a governador da sua estirpe.

Aliás, senador, o senhor não tem moral pra falar em oposição porque mamou nas tetas do poder quando estava na Assembléia Legislativa. Sem contar que cometeu ilícitos, apropriando-se dos salários de assessores, o que lhe rendeu inquéritos e investigações dos órgãos de controle. E o que é pior: estuprou a Constituição e o Regimento Interno para permanecer oito anos consecutivos na presidência da “Casa”.

A outra opção, se assim podemos chamar, é aquele deputado cujo irmão esteve envolvido num dos maiores esquemas de corrupção já registrados na história do Acre. Uma ilação: será que a carreira política desse moço não se beneficiou desses recursos? Apesar de ter um discurso “aprumadinho”, o cidadão, que eu duvido que algum dia tenha sido comunista, é vazio de conteúdo político. A sua fala se assemelha muito, mas muito mesmo, com a de outro parlamentar que já governou o Acre.

E por que Ovo da Serpente? Sei lá! Perguntem para quem o apelidou, no caso o ex-deputado e empresário Narciso Mendes, nos idos tempos do MDA. Como eu me propus a emitir opiniões, novamente vou recorrer às ilações: acho que é o mal na iminência de eclodir. Também existem fortes indícios de que é algo inconfiável, que trai, usa e descartar aliados e amigos, além de ter uma ambição desmedida e desproporcional ao seu talento.

Para piorar esse cenário horrendo, a dupla, que se encontrar amiúde no famoso bar Armazém do Ferreira, em Brasília, anda se digladiando por causa de espaços políticos no interior do Acre. Não é para tapar o nariz, leitor? Enquanto isso, nós, que pagamos os salários dessas aves de rapina, sequer temos um candidato digno dos nossos votos. Pobre população acreana: tão próxima de políticos ruis, tão longe de um estado democrático e desenvolvido.

Artigo

Jorge Natal

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