A campanha, que tem o apoio de alguns veículos de comunicação, foi lançada na semana passada, com a vinda do ministro dos Transportes César Borges, oportunidade em que todos os serviços (conclusão, recuperação e manutenção) passaram para o Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (Dnit).
Essa puxada no tapete, evidentemente, ocorreu em razão das novidades que o povo da terra está cansado de saber: a qualidade da obra a quilômetros de distância de padrões de engenharia rodoviária minimamente aceitáveis, os preços muito acima do normal e as empresas selecionadas a dedo pelo governo local não possuírem qualificação técnica.
A deflagração da campanha também foi motivada depois do discurso do Senador Sérgio Petecão, que pediu na Comissão de Infraestrutura do Senado a paralisação das obras na BR 364 devido ao grande número de recursos investidos e pouco resultado apresentado.
“Há alguns anos, os petistas, inclusive a então senadora então senadora Marina Silva, chamavam o ex-governador Orleir Cameli de ladrão porque ele estava fazendo o quilômetro de asfalto por R$ 400 mi. O ex-ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, era chamado de Eliseu Quadrilha. Agora, essa mesma trupe está pavimento por R$ 2 milhões um quilometro”, esclareceu o parlamentar.
Para o ex-deputado João Correia, a pavimentação da BR 364 é “a maior lavandeira de dinheiro do País”. Em sua avaliação, se o governo petista foi alvo de uma CPI das obras inacabadas muita sujeira pode vir à tona. “O Canal do Panamá, considerada uma das obras mais complexas do mundo, foi concluído em dez anos. São 14 anos de irregularidades, que podem ser constatadas no Tribunal de Contas da União e Ministério Público Federal”, disse ele.
A César o que é de César
Escalado pelo governo para fazer o jugo sujo, o vice-governador César Messias reponde a processos nos Ministérios Público Federal e Estadual. Na Justiça Federal, além de sonegação fiscal, ele foi indiciado por superfaturamento de obras de pavimentação e drenagem em logradouros de Cruzeiro do Sul, época em que foi prefeito.
De acordo com a denúncia do MPF, de um convênio que teria liberado pouco mais de R$ 4 milhões, teriam sido desviados R$ 1,8 milhão. As verbas federais eram provenientes de convênio entre o Ministério da Integração Nacional e o Município.
A perícia realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal detectou irregularidades nas obras, realizadas entre os anos de 2002 e 2003. Segundo os laudos da PF, ocorreram alterações na qualidade e na quantidade dos serviços prestados.
No MPE e na Justiça Acreana, o vice-governador responde por peculato (apropriação de bens públicos). Ele teria cometido irregularidades na época em que foi secretário estadual de Bem-Estar Social. Consta na queixa-crime que César Messias usou e se apropriou de barcos, motores de rabeta, fornos de casa de farinha, entre outros equipamentos do Programa Novo Horizonte.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal