Ao menos 30 motoristas, de cinco transportadoras brasileiras e duas bolivianas, fecharam, por tempo indeterminado, a ponte de Epitaciolândia, cidade distante 230 quilômetros da capital, que dá acesso a Cobija, nesta quinta-feira (8). De acordo com o sócio gerente da transportadora Transfrete, Maurício Aparecido Prete, de 48 anos, a reivindicação é para alertar os órgãos de fiscalização sobre a burocracia que acaba impossibilitando o transporte de mercadorias. Além disso, um motorista teria sido preso e agredido por policiais bolivianos ao bater em um poste da fronteira.
De acordo com Prete, antes dos ajustes na burocracia, sua empresa fazia cerca de quatro viagens com carregamento de pedra e agora, só é possível realizar o transporte de no máximo uma carreta com o produto.
“Como nós dependemos desse trabalho, resolvemos bloquear e ver se os órgãos vão conversar com a gente. Se for permanecer como está nós vamos ter que tomar providências com relação a valores”, diz.
Além das reivindicações com relação à burocracia, os motoristas reclamam do tratamento que recebem das autoridades bolivianas. Segundo Prete, o que aconteceu com o motorista, pode acontecer novamente, já que é comum a prática de represália por parte dos policiais bolivianos, com os trabalhadores brasileiros que precisam passar pela fronteira.
“Nós trabalhamos sofrendo represália, existe um desrespeito e pressão muito grande. Os brasileiros são tratados de forma diferenciada na Bolívia, mas nós precisamos trabalhar, então, acabamos tendo que nos adaptar ao país vizinho. Queremos que os governantes olhem por essa causa”, afirma Prete.
Ainda de acordo com o sócio gerente da transportadora, a ponte que dá acesso à Cobija, está fechada por tempo indeterminado. “É um movimento pacífico, o direito de ir e vir das pessoas, à pé, está sendo mantido normalmente, simplesmente estamos bloqueando o acesso de qualquer tipo de produto”, finaliza.
Iryá RodriguesDo G1 AC