A odontóloga Adriana Pacheco e a arte-educadora Oziélia Cordeiro assinaram na manhã de ontem a Escritura Pública Declaratória de União Homoafetiva no 3º Tabelionato de Notas de Rio Branco. Esta é a terceira formalização registrada no cartório desde que o STF reconheceu, em maio deste ano, a união estável entre pessoas do mesmo sexo. No entanto, em texto enviado aos veículos de comunicação, a Associação de Homossexuais do Acre, do Grupo Diversidade pela Cidadania LGBT do Acre, considerou esta a primeira união.
Há 3 meses, devido a próprias experiências pessoais, a assinatura do documento seria impensável para as 2 mulheres. Elas decidiram compartilhar, a partir de agora, os bens materiais e a experiência de vida sob a proteção da legislação brasileira.
A cerimônia, que inicialmente seria íntima e restrita, ganhou repercussão depois de encontro ocasional no dia anterior à assinatura da escritura com o coordenador do núcleo LGBT da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Germano Marino, que sugeriu a divulgação como um meio de contribuir para sensibilizar a sociedade sobre o direito que casais homossexuais têm de formalizar a união estável. Budistas, acreditam que nada acontece por acaso e à vontade com a situação por entenderem que a parceria é natural, elas concordaram em expor a formalização.
“Este documento traz estabilidade, traz um compromisso baseado nas leis. Tudo o que construirmos a partir de agora será nosso, partilhado. Dá mais segurança também à minha filha”, diz Oziélia Cordeiro. A cearense Adriana Pacheco faz questão de dizer que encontrou no Acre am-biente acolhedor para assumir publicamente a opção sexual. “Acredito no amor, na transparência das minhas atitudes. Dos lugares por onde andei, o Acre é o que mais respeita as diferenças, a diversidade, me senti tranqüila. Quem sabe esse não seja o primeiro passo para o casamento homoafetivo?”.
GOLBY PULLIG do Jornal Agazeta