Francisco Dário de Oliveira Pessoa, de apenas 13 anos de idade, percorria o Bairro Miritizal todas as manhãs vendendo pão para ajudar nas despesas da família. Nesta quarta-feira (31), ao passar debaixo dos fios que conduziam energia para uma residência, o garoto foi vítima de uma descarga elétrica.
O adolescente estava na companhia de um primo de 11 anos de idade que contou que, os fios estavam baixos, a uma altura aproximada de 1 metro. Segundo o menino que viu o primo morrer grudado nos fios, Dario passou pela fiação para entregar pães em uma casa e na chegada conseguiu levantar os fios com o vaso de plástico no qual levava os pães. Foi no momento em que retornava da casa para a rua que o garoto encostou o braço no fio e ficou agarrado.
O menino disse que quando viu o adolescente grudado ao fio, ainda pensou em segurá-lo na tentativa de arrastar para ver se salvava, mas, ao mesmo tempo, avaliou o risco e não procedeu de acordo com sua vontade temendo morrer do mesmo jeito do primo. Outra criança, uma menina, teve a atitude de tentar socorrer o garoto. Ela ainda chegou a tocar no adolescente e também recebeu uma descarga elétrica. A menina só escapou porque chegou um adulto e conseguiu arrebatá-la pelos cabelos.
Quando os moradores conseguiram desligar o padrão da casa o garoto já estava sem vida. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal para a realização de exames.
Técnicos da Eletroacre estiveram no local para apurar o caso. De acordo com o gerente da empresa, José Melo, o dono da casa teve que mudar sua residência de local e teria feito a ampliação da rede que liga do padrão para a casa de forma irregular e sem autorização dos técnicos da Eletroacre. Em algumas partes os fios eram isolados com sacolas de plásticos.
Segundo Melo, a rede entrou em contato e fez com que o lado positivo enviasse carga elétrica para o negativo provocando a descarga no garoto.
Moradores afirmaram que no momento em que o garoto passou, um cachorro bateu em uma vara que sustentava a rede e abaixou os fios. O morador da casa alega que por várias vezes solicitou uma vistoria por parte dos técnicos da Eletroacre, mas não foi atendido. A delegada de Polícia Civil, Carla Ìvane de Britto, vai instaurar inquérito para investigar o caso.
Tribuna do Juruá – Da redação