Os funcionários buscam efetivação da carreira
As atividades do Setor de Combate à Endemias em Cruzeiro do Sul(AC) continuam paradas desde terça-feira(02). A greve iniciou durante um movimento realizado na frente da Prefeitura de Cruzeiro do Sul, organizado pelo Sindicato dos Agentes Comunitários e de Endemias do Acre. A paralisação continua mantida até representantes do município e do estado reunirem-se com a classe para entrarem em acordo sobre a situação contratual dos agentes de Endemias, microscopistas e motoristas.
Cruzeiro do Sul é o único município no Estado onde o serviço de Combate à Endemias ainda não foi municipalizado. A principal reivindicação dos agentes é a efetivação dos 120 funcionários, que atualmente são contratados através de concurso simplificado realizado em 2009.
“Nosso principal problema é a questão de negociação, pois sentamos com o governo eles falam uma coisa, sentamos com a prefeitura eles nos expõe outra situação, por isso nós decidimos pela paralisação por tempo indeterminado até que haja uma negociação favorável a nossa classe entre estado e município”, disse o vice-presidente do Sindicato Heleno Freitas.
Existem ainda 24 funcionários que prestam serviço através de contrato provisório desde 2004. Segundo o presidente do Núcleo no Juruá, Jairo Benitz, o governo propôs lançar um novo processo seletivo simplificado com duração de um ano, enquanto a situação não normaliza, mas para isso todos os agentes provisórios deveriam pedir demissão.
“ A gente reivindica pelo fim desse impasse entre estado e prefeitura, mas uma das propostas apresentas pelo governo foi essa, que os funcionários pudessem pedir demissão e a Sesacre realizaria um novo concurso simplificado com prazo de um ano, e esses profissionais não receberiam assim a multa que é de direito deles, e a categoria não aceitou isso”, explicou.
Na tarde de ontem(04) o representante do Governo do Estado em Cruzeiro do Sul, Itamar de Sá realizou uma reunião junto com a categoria em busca de entrarem em acordo.
“Já houveram várias conversas, e o município sempre negou assumir as endemias, as Endemias é atenção básica de saúde. Nós não podemos realizar o concurso efetivo pois não existe esse cargo no estado, pois nós não trabalhamos com atenção básica” relatou.
Durante a reunião realizada entre prefeitura e agentes, o prefeito Vagner Sales também se posicionou sobre o assunto, segundo ele o município não tem recursos suficientes para se responsabilizar pelos agentes de endemias.
“Nunca deixei de querer gerenciar as endemias em Cruzeiro do Sul, até porque nos já fazemos parte disso e podemos gerenciar muito melhor que o Estado. O que não podemos é assumir um compromisso de receber todo esse pessoal e despesas para que o município possa custear. É impossível, porque já temos um gasto de mais de 3 milhões ao ano e o Governo Federal mandaria apenas 573 mil reais. O Estado tem que entrar e ajudar nessa despesa para juntos gerenciarmos e fazer com que os nossos serviços de saúde sejam de boa qualidade. Não estou dizendo que não assumo. Assumo sim, mas vamos discutir quem paga a conta” falou.
Tribuna do Juruá – Vanísia Nery