Na tarde da última quinta-feira (08) a Associação de Pais e Amigos dos Dependentes Químicos (Apadeq) recebeu a visita de integrantes do Poder Judiciário na instituição. A visita contou com a presença dos juízes Drº Wagner Alcântara,Drº Hugo Barboza, Drª Maha Manasf, Drª Ademaura Gonçalves e da Desembargadora Drª Eva Evangelista.
O presidente da Apadeq, Raimundo Felício, apresentou as dependências do prédio para os visitantes. Após, todos se dirigiram para o auditório da instituição onde foram apresentados louvores e adorações pelos internos, levando emoção aos presentes.
Os juízes e a desembargadora proferiram palavras de incentivo para os dependentes químicos em tratamento, sendo muitos deles ex-presidiários, encaminhados para a Apadeq em decorrência do envolvimento com drogas e álcool, motivo principal que os levou a delinqüir. Atualmente o Poder Judiciário matem uma parceria com a Apadeq, através do tratamento e recuperação de dependentes químicos.
Para o juiz Drº Hugo Barboza é necessário que essas pessoas que cometeram crimes em razão do uso das drogas possam ter a oportunidade de receber o tratamento de recuperação junto à Apadeq, para dessa forma serem ressocializados na comunidade e não voltarem a cometer os mesmos danos à população.
“A APADEQ de Cruzeiro do Sul oferece suporte ao Poder Judiciário há alguns anos e nos permite atribuir um viés terapêutico às medidas sancionatórias decorrentes de ilícitos praticados por dependentes químicos. A instituição destina doze vagas exclusivamente para o Poder Judiciário e apresenta elevados índices de recuperação, com raríssimas hipóteses de reincidência. Eventuais pendências dos internos com a Justiça são analisadas sob a ótica da ressocialização e da recuperação e nossos magistrados são sensíveis às peculiaridades inerentes aos processos que envolvem usuários de entorpecentes. Não poderíamos deixar de apresentar este maravilhoso trabalho à Desembargadora Eva Evangelista, decana da magistratura acriana e entusiasta do apoio de juízes a projetos sociais ligados à ressocialização e métodos alternativos de solução de litígios. Quero manifestar meu especial agradecimento pelo trabalho desenvolvido pela APADEQ e reafirmar nossa disposição para trabalharmos em parceria”, falou o juiz da 2 ª Vara Criminal.
A Desembargadora Eva Evangelista, visitou pela primeira vez o prédio da Apadeq e conheceu os trabalhos desenvolvidos dentro da instituição.
“ A importância é fundamental, porque o judiciário tem uma responsabilidade social, e a Apadeq trabalha com recuperação de pessoas que estão sendo transformadas para uma nova vida, para o retorno as suas famílias, às suas profissões , para serem produtivas para sociedade, e esse é um papel que o judiciário deve exercer efetivamente.Eu não conhecia a Apadeq, o Drº Torquato, juiz da 2ª Vara Criminal, me pediu para conhecer e eu digo que foi um presente que hoje eu recebi, de conhecer o Branco e verificar o desprendimento, a construção de algo que não é só um prédio com todo conforto, é muito mais, é reconstrução de vidas, eu pretendo ser parceira e estou me comprometendo hoje, em ser parceira da Apadeq em Cruzeiro do Sul”, enfatizou a desembargadora.
Para o presidente da Apadeq Raimundo Felício, o Branco, a visita é de fundamental importância.
“Só quem conhece o gosto amargo de uma lágrima é o pai e uma mãe que perde o filho para a droga, portanto a Apadeq é uma instituição que restaura vidas. Portanto ao longo dos anos o Judiciário e o Ministério Público tem buscado parcerias com a Apadeq, que tem oferecido esse atendimento, uma vez que as duas instituições estão preocupadas com o bem estar de toda sociedade. Essas visitas são de extrema importância pelo fato da desembargadora nos visitar pela primeira vez, e em março recebemos a visita do corregedor Pedro Ranzi, e esse é um gesto de agradecimento do Tribunal de Justiça e ao mesmo tempo enaltecer a dedicação dos juízes do Vale do Juruá com tanto sucesso na recuperação de tantas pessoas que viviam na delinqüência devido o uso de drogas”, falou o presidente.
Aula Inaugural de Informática
Pela parte da manhã de quinta-feira (08) a Apadeq realizou ainda a aula inaugural do curso de informática disponibilizado aos internos da instituição. Participaram da abertura de solenidade o parceiro da Apadeq Drº Alberto Augusto, o professor que ministrará as aulas, além de representantes do judiciário, Ministério Público e Defensoria.
“Nós percebemos que a Apadeq sempre está preocupada com a dignidade do cidadão, e esse projeto significa esse reconhecimento, nossos internos vivem a dignidade, e é reconhecendo essa dignidade do homem que eles tem que ser iguais, é que a Apadeq traz para os seus internos o aprendizado”, falou o advogado Drº Alberto Augusto
O curso de informática será ministrado através do apoio e parceria do poder judiciário. As aulas terão duração de 90 dias, sendo realizada uma segunda etapa de mais 90 dias para outros 30 internos. A psicóloga Drª Clésida Saraiva acompanha o trabalho e afirmou que a inclusão digital faz parte do processo de recuperação.
“A inclusão digital é so uma parte do processo de recuperação deles, levando em conta o todo do ser humano, a inclusão digital traz novas idéias, abre uma expectativa de futuro e utilizarem a criatividade para o bem e principalmente fortalecer a esperança que eles podem se ressocializar”, explicou.
Segundo o presidente da Apadeq, Raimundo Felício, o Branco, a inclusão digital é um projeto que vem sendo desenvolvido ao longo dos anos.
“Essa é a aula inaugural do Projeto de Inclusão Digital de 2014, uma vez que a Apadeq já tem esse programa ao longo dos anos, mas esse projeto agora se dá através de uma parceria com o Judiciário e Ministério Público de Cruzeiro do Sul. Drº Hugo tem uma preocupação, uma dedicação com a inclusão digital das pessoas, e sobre tudo o reinserimento social por inteiro de todos aqueles que viviam às margens da sociedade, que são apenados na forma da lei, e o judiciário faz toda essa análise, e pede a parceria da Apadeq para fazer o tratamento dessas pessoas. Além da inclusão digital nós temos o projeto de prevenção nas escolas, que contempla pelo período dele de seis meses.
Tribuna do Juruá