Mesmo tendo passado por um curso de piscicultura, os agricultores da comunidade Sacado da Alemanha ainda não viram nenhuma máquina da Secretaria Agroflorestal de Produção Familiar (Seaprof) na região. A denúncia é do presidente da Associação dos Produtores, Francisco das Chagas Rodrigues Santos. O curso, realizado em 2009, foi ministrado pelos próprios técnicos da Seaprof, em parceria com o Ceflora. Os produtores das comunidades Campinas e Santa Barbara também estão no mesmo compasso de espera.
O líder rural disse que já encaminhou, junto à Secretaria, inúmeros documentos pedindo a construção de açudes. “Acho que eles têm outras prioridades. Os nossos agricultores estão com as terras degradadas, então, a piscicultura passou a grande esperança”, declarou ele, informando que existem duas escavadeiras hidráulicas da Seaprof e uma da prefeitura de Cruzeiro do Sul.
Em junho do ano passado, o governador Tião Viana entregou 364 máquinas para serem distribuídas entre os 22 municípios e que beneficiaria, diretamente, a produção familiar. À época o governador fez questão de frisar que o maquinário era, exclusivamente, dos pequenos agricultores, uma vez que eles tinham firmando um pacto pela erradicação do fogo em atividades agrícolas.
O sindicalista também citou ao programa de certificação rural, que consistia num acordo feito entre os produtores rurais e o governo estadual para que, de forma sustentável, os agricultores trabalhassem com ênfase na recuperação de áreas degradadas e sem a utilização do fogo. Em contrapartida, a Seaprof ofereceria alternativas econômicas. “O peixe, além de garantir a segurança alimentar das famílias, ainda poderia gerar uma renda ao agricultor familiar”, lamentou Francisco das Chagas Rodrigues Santos.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal