O presidente da Colônia de Pescadores de Cruzeiro do Sul, Elenildo Nascimento, está indignado com a superintendência do Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que fez uma apreensão de 150 quilos de pescado na última segunda-feira (02). “A portaria foi expedita dia 15 de novembro. No dia 26 a superintendência encaminhou o documento e os Correios só nos entregou no dia 03. Como a gente ia saber as espécies proibidas”, esclareceu o líder dos pescadores.
Elenildo pretende acionar o órgão na Justiça Federal, pois, segundo ele, foi uma “barbeiragem que acabou com a vida de três pais de famílias” Além de perder a produção, os pescadores irão pagar pesadas multas e perderão o seguro defeso. “Desde 2007 que a portaria era expedida no dia 15 de novembro, mas, já no dia 1º desse mês, eles faziam chegar a nós esse documento, fato que evitava a captura das espécies proibidas”, explicou ele. “Os pescadores saíram 20 dias atrás. Muitos passaram por aqui para saber quais os peixes proibidos, mas não tinha nenhum documento especificando”, complementou.
O fiscal do Ibama, Adalberto Dourado, considerou a justificativa da classe infundada, pois segundo ele a portaria é a mesma desde 2007 e, desde então, nunca passou por mudanças. A portaria nº48 proíbe a pesca de dez espécies diferentes de peixe entre 15 de novembro até 15 de março. “Esses peixes não podem ser pescados, porque a espécie não se reproduz. É um trabalho ambiental, em prol da fauna. Aquelas pessoas que foram autuadas estavam comercializando no mercado. Não sabemos nem mesmo se são pescadores ou apenas revendedores”, rebateu Dourado.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal