Formada pelos deputados federais Gladson Cameli (PP), Perpétua Almeida (PC do B), Henrique Afonso (PV) e Taumaturgo Lima (PT) a bancada juruaense ainda está muito aquém das expectativas de seu povo. Todos são da base de sustentação da presidente Dilma Rousseff e, à exceção do primeiro, os demais têm pouco ou quase nenhum prestígio com a chefa (sic) da Nação. Analisemos um a um
Gladson Cameli – Por ser articulado com a cúpula nacional de sua legenda, foi o campeão na liberação de emendas parlamentares. Mesmo com pouca experiência (está no 2º mandato), usa o prestigio do senador e presidente nacional do partido, Francisco Dornelles, para conseguir seus pleitos junto aos ministérios. É o melhor deputado da bancada acreana. A articulação, o carisma e o espólio político herdado de seu tio, o ex-governador Orleir Cameli, faz do jovem parlamentar o principal postulante à vaga de senador nas próximas eleições. Figuram como desvantagens a dubiedade no tocante aos posicionamentos nos governos petistas. Em Brasília é situação, no Acre, oposição. Por causa de suas posições conservadoras e de seu pouco conteúdo político, ainda sequer tem um discurso para convencer os eleitores numa eleição majoritária.
Perpétua Almeida – Apesar de ter se mudado para a capital no início dos anos 90, ela nunca perdeu o vínculo com o Vale do Juruá. Ainda em Cruzeiro do Sul, militou no movimento comunitário e, já como bancária, no sindical. Sindicalista, vereadora e deputada federal, Perpétua esteve em alta enquanto lutava por causas reivindicatórias- populares. Como a chegada ao poder dos partidos tidos como progressistas, não consegue mais se destacar entre seus pares. Há três mandatos integra a bancada do baixo clero. Tornou-se uma parlamentar de uma causa só. E o que é pior, sem êxito. Há mais de uma década alimenta o sonho de elevar as pensões dos soldados da borracha. O sonho que virou pesadelo para os arigós octogenários. Por não ter maiores espaços entre os cardeais petistas, aqui e acolá ameaça uma ruptura, mas sempre volta para o ninho de cobras integrado pelo marido, Edvaldo Magalhães, os irmãos Viana e outros coadjuvantes.
Henrique Afonso – De trajetória muito parecida com sua conterrânea, o deputado já foi comunista, petista e agora é verde. Se o Henrique tem uma histórica luta pelos menos favorecidos, as instabilidades política e emocional tão são suas marcas registradas. O seu mandato nunca se propôs ou discutiu os grandes temas nacionais, restringindo-se apenas a ações no tocante à família, aos valores morais e cristãos. Juntamente com seu partido, nunca ao menos tentou criar ou se incorporar a partidos e personalidade para formar uma alternativa política para o Acre. É um eterno apoiador do nefasto projeto de poder fascista-vianista, beneficiando já com o terceiro mandato de deputado federal. Setores da imprensa dizem que ele pretende alçar vôos mais altos.
Taumaturgo Lima – Auditor fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e com uma boa formação intelectual, teria tudo para ser um dos melhores parlamentares. Teria. Disputa com o seu colega de partido, Sibá Machado, quem é o mais medíocre. Por “fidelidade partidária”, votou inúmeras vezes contra o povo acreano, inclusive pela não repartição dos royalties do petróleo entre os estados da federação. Faz parte do grupo político-familiar composto pelo eterno secretário estadual de Fazenda Mâncio Lima Cordeiro e o deputado estadual Jonas Lima.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal