O problema de cães vadios perambulando pelas ruas da cidade está longe de uma solução. Pelo menos é essa compreensão do coordenador do Centro de Controle de Zoonoses de Cruzeiro do Sul, Arison Rosas, depois da sentença da desembargadora Eva Evangelista, que acatou decisão da Justiça Acreana em primeira instância. Segundo lei federal, o sacrifício de animais capturados deve se limitar aos portadores de doenças incuráveis e àqueles vitimados por acidentes graves.
De acordo com Rosas, cerca cinco mil cães circulam pela cidade causando problemas para a população. “Acidentes de carros e motos são freqüentes, sem contar com os ataques pelas ruas, praças e calçadas”, declarou um comerciante, que foi mordido por cadela parida em frente à Câmara Municipal. “Estou revoltado”, desabafou o homem, pedindo para que seu nome não fosse revelado.
A decisão da desembargadora, que acatou recurso do Mistério Público Estadual (MPE), deixou o coordenador “de mãos atadas”. Não caso do descumprimento da obrigação, Arison Rosas pode ser preso e ainda pagar R$ 500 por cada animal abatido. “Fazemos três capturas semanais. Os animais são examinados e castrados, além de receberem uma identificação na orelha”, explicou ele. Após esse procedimento, os cães são soltos nos locais de origem.
O médico veterinário, Aldemir Carneiro Messias Júnior, disse que não existem registros da raiva, também conhecida como hidrofobia, uma doença infecciosa de cura pouco provável. A transmissão dá-se do animal infectado para o homem através do contato da saliva por mordedura ou arranhões. Recentemente, a Secretária de Saúde Estadual (Sesacre) detectou casos da doença no vizinho município de Porto Walter.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal