A falta de medicamentos também é outro problema apontado no local
Segundo a paciente do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) de Cruzeiro do Sul, Lúcia Maria Azevedo, o local atualmente não dispõe de um quadro médico necessário para atender o grande número de pacientes cadastrados e também não disponibiliza com frequência os medicamentos necessários para o tratamento.
Lúcia relatou indignada que o Caps conta com apenas dois médicos psiquiatras, não tendo no quadro psicólogos nem assistentes sociais para realizarem o acompanhamento conjunto. “As consultas que deveriam ser realizadas mensalmente, acontecem hoje de três em três meses. O CAPS dispõe de apenas de dois psiquiatras para atender mais de seis mil pacientes”, disse a mulher ao abordar a demora no agendamento das consultas.
A paciente que realiza tratamento há mais de cinco anos contra depressão e síndrome do pânico revelou que quando faltam os medicamentos necessários para o tratamento é necessário desembolsar mais de R$200. “As pessoas que não tem condições para comprar ficam sem o medicamento, lá tem pessoas que sofrem de problemas mais graves como epilepsia, esquizofrenismo, transtorno bipolar e ficam sem o medicamento necessário”, completou a paciente.
Segundo o gerente do CAPS, Paulo Roberto, são apenas cinco itens de medicamentos que estão em falta atualmente, devido uma falha por parte da empresa que ganhou a licitação do material.
“O fornecedor não pode entregar alguns itens da medicação aqui do CAPS. Isso é um serviço burocrático, onde Rio Branco está vendo o que fará, como comprará medicação de imediato, mas de forma geral a medicação realmente é insuficiente, pois atendemos todo Vale do Juruá e ainda dois municípios do Amazonas, e inclusive com medicação para esses pacientes, além da rede penitenciária que também é atendida. A partir do momento que os municípios nos ajudarem quanto a aquisição de alguns medicamentos, pelo menos o básico, pois eles tem condições de iniciar os serviços do CAPS, financiado pelo Ministério da Saúde, isso melhorará”, destacou o gerente.
Segundo Roberto, o CAPS possui dois psiquiatras e o número de médicos a partir de agora será suficiente devido o local não realizar mais perícias médicas, sendo passada essa responsabilidade para o IML.
“Infelizmente nós perdemos um psicólogo, por motivos particulares, e no concurso feito não haviam mais vagas para substituí-lo. Nós já estamos estudando a vinda de outro profissional da rede para atender no CAPS. Temos dois médicos e eles são suficientes para atender nossa demanda, sendo que agora as perícias sendo realizadas no IML desafogará mais”, relatou.
Tribuna do Juruá – Vanísia Nery