Com o tema : “Petróleo, você compra, a natureza é quem paga”, o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) realizou durante três dias em Cruzeiro do Sul um seminário envolvendo as principais lideranças indígenas das áreas onde acontecerão a exploração do petróleo, estudantes e acadêmicos, além da população em geral.
Para a líder indígena Lucila Náuas, da Terra Indígena Náuas, localizada na área do Parque Nacional da Serra do Divisor, a população das áreas envolvidas na exploração devem receber informações sobre a retirada de petróleo no lugar, que até o momento não aconteceu.
“Nunca tivemos nenhuma informação por parte desses envolvidos na exploração, quanto aos impactos causados na nossa aérea. Ninguém nunca nos procurou para informar, nós queremos uma resposta, queremos na verdade esclarecimentos”, disse Lucila Náuas.
O coordenador do CIMI, Lindomar Padilha, acredita que a exploração de petróleo no Acre é insustentável, tendo em vista principalmente os impactos que podem ser ocasionados na região.
“Os locais onde serão explorados o xisto, o gás natural e o petróleo aqui, são áreas onde existem as principais nascentes dos rios da Amazônia. Não é possível que o risco tão eminente e claro não seja percebido. Isso poderá ocasionar um dano irreversível ao meio ambiente. Precisamos debater esse assunto”, falou o coordenador do CIMI.
Tribuna do Juruá – Vanísia Nery