Apesar da capital e alguns municípios já estarem em greve, os servidores dos Correios decidem amanhã (23) a adesão ao movimento grevista. O representante da categoria na região, Valdison de Morares, acredita que a categoria deverá decidir paralisar as atividades mesmo com a proposta de reajuste de 8% nos salários, oferecida pela direção nacional da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). A greve nacional atinge toda a rede de atendimento, mas continuam abertos todos os serviços, inclusive o SEDEX e o Banco Postal.
Entre outras reivindicações, a categoria luta pelo aumento de 15% e manutenção do plano de saúde. “A empresa só ofereceu 8%. A categoria não aceita a proposta, pois só a inflação está em mais de 7%, o que daria apenas 1% de aumento real”, destaca o ativista.
A outra bandeira da classe, a manutenção do plano de saúde, deu-se porque a ETC terceirizou o plano de saúde. “A ETC transferiu a responsabilidade pela administração e financiamento do Correio Saúde para uma empresa terceirizada, que, além de não oferecer um plano de saúde da qualidade do atual, vai cobrar os olhos da cara dos funcionários”, disse Moraes, afirmando que a medida “é sinônimo de precarização”.
Para garantir a prestação de serviços à população, os Correios já estão aplicando o Plano de continuidade den. Entre as medidas que podem ser adotadas estão o deslocamento de empregados entre as unidades, realização de horas extras e mutirões para entrega nos fins de semana.
A direção da ETC afirma que, entre 2003 e 2012, o ganho real dos trabalhadores foi de 36,91%, acima da inflação do período. Hoje, a empresa paga em média uma remuneração de R$ 2.149,72 aos carteiros, considerando o salário e os adicionais como anuênio, quinquênio e adicional de distribuição e coleta, entre outros.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal