Em Cruzeiro do Sul nunca se viu tanta queixa de agressão contra a mulher como tem sido registrado na Delegacia no decorrer deste ano. Já são quase 300 denúncias atendidas no departamento policial da segunda maior cidade do Acre.
Os índices de ocorrências envolvendo as mulheres já foram bem inferiores. Em 2011, que já foi considerado um ano com muitos casos de agressão à mulher, chegaram ao conhecimento da polícia pouco mais de 150. Este número já é praticamente o dobro este ano.
As denúncias são de várias naturezas e vão desde agressão psicológica à física, em alguns casos chegando a homicídio, como aconteceu com a estudante Maria Luana Santos de Andrade, 13, que foi assassinada no dia 5 de fevereiro em uma comunidade ribeirinha.
O número de denúncias de abuso sexual também foi elevado e grande maioria aconteceu dentro do ambiente familiar. Um caso que chamou a atenção aconteceu em uma comunidade do rio Gregório, onde, em julho, a polícia prendeu o agricultor João Ribeiro das Chagas, 63 anos. Ele foi acusado de estuprar e manter em cárcere privado a própria filha durante mais de 20 anos, com a qual gerou três filhos.
De acordo com a delegada Carla Ívane de Britto, responsável pela Delegacia da Mulher, ainda há certa resistência das mulheres para fazer denúncia contra seus agressores, no entanto, este ano, já se percebeu uma mudança de atitude de muitas que foram vítimas de violência.
“Elas estão tendo mais coragem de denunciar. Graças ao trabalho de conscientização que é feito pelas entidades de que defendem a mulher e ao trabalho que realizado pela polícia e pelos juízes de Cruzeiro do Sul no tratamento com os agressores” – disse a delegada.
Tribuna do Juruá – Da redação