A “Rinha de galo” é uma prática criminosa realizada na maioria das vezes em locais internos e muito bem escondida, o que torna praticamente impossível de ser extirpada da sociedade.
Para muitos, as famosas brigas entre as aves não passa de entretenimento, mas na verdade é um dos meios mais violentos aos quais são expostos os animais. Na maioria das vezes, os galos lutam até a morte e os que escapam, saem extremamente feridos.
Em Cruzeiro do Sul, recentemente mais uma “rinha” foi desarticulado pela Polícia Federal. Desta vez, o local usado foi um terreno, próximo a uma mata fechada, nas imediações da Variante. 17 aves, entre eles 15 galos e dois Curiós foram apreendidos.
A ação policial resultou ainda na prisão de quatro pessoas em flagrante, e outras duas após apreensão de vários veículos deixados no local. Ao perceber a chegada da Polícia, muitos fugiram, deixando para trás carro e motos.
A prisão destes envolvidos traz a tona uma problemática antiga, que infelizmente, não anula a prática. Às escondidas, muitos outros, mesmo diante da coação penal, ainda insistem em burlar a lei, permanecendo este um “costume” perverso, assim como as famosas touradas na terra de Cervantes, que veio a tornar-se objeto dos mais esdrúxulos eufemismos, sendo, por vezes, classificada como uma “manifestação” ou um “símbolo” cultural.
Diante dos fatos, uma profunda reflexão se mostra quanto ao sentido dado a “Manifestação e Símbolo Cultural”. Serão estes aspectos advindos de nós trabalhadores, que sol a sol batalhamos pelo prato do dia ou apenas de uns poucos tolos, que vêem no sacrifício de aves um fútil divertimento?
Evolução moral e intelectual. Talvez seja esta concepção ainda pouco difundida na memória destes tão pobres de espíritos que não conseguem enxergar a realidade camuflada pela ilusória “Arena” de um passatempo mórbido, em que a vida destes seres vivos se desfaz.
Tribuna do Juruá – Dayana Maia