Na manhã de hoje (10), um grupo composto por técnicos em enfermagem procurou a nossa reportagem para fazer uma série de denúncias. Eles são funcionários da Associação Nossa Senhora da Saúde, entidade filantrópica que presta serviços para o governo estadual no Hospital do Juruá. Carga horária excessiva, baixos salários e ameaça de demissão figuram entre as principais denúncias.
Questionados sobre o motivo do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (SPAT) [que representa a classe e do qual eles são filiados] não intervir no caso, os denunciantes assim se pronunciaram: “Não sabemos o motivo da omissão do SPAT. Estamos trabalhando 48 horas semanais, ganhamos apenas R$ 720 e estamos sob constantes ameaças de perder o emprego”, disse o grupo.
Nos rol das acusações consta o desvio de finalidade. Segundo eles, o governo do Estado repassa R$ 1.800 para o pagamento dos salários dos técnicos, mas, de acordo com eles, parte desse dinheiro é desviado para o pagamento de médicos e enfermeiros. “Ganhamos menos do que o pessoal da limpeza do hospital”, declarou um deles.
A reportagem do Tribuna do Juruá tentou falar com a direção da unidade. O médico Heitor Mesquista deu apenas o número do telefone do advogado da associação, João Quadros. Ele negou todas as “reclamações” e assegurou que as revindicações são discutidas e cumpridas nos acordos coletivos anuais. “Não existem ameaças e todo acordo coletivo está previsto no nosso orçamento”, afirmou o advogado.
O Hospital Regional do Juruá é administrado por um convênio entre o governo do Estado e a Associação Nossa Senhora da Saúde (ANSSAU), que representa quatro congregações religiosas: Irmãs das Servas de Maria Reparadora, Irmãs de Nossa Senhora Notre Dame, Irmãs Franciscanas do Mártir São Jorge e Padres Espiritanos.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal