Segunda-feira, dia de pagamentos de trabalhadores terceirizados e muita confusão marcaram a adesão dos funcionários do Banco do Brasil à greve nacional, deflagrada desde a semana passada. “Agora apenas o Bradesco está funcionando”, comemorou o delegado sindical do Banco da Amazônia (Basa), Gutemberg Chaves. Os grevistas querem um aumento de 11, 93%, que inclui reajuste do piso salarial e reposição da inflação. A Federação dos Bancos (Fenaban) ofereceu 6,1%, mas o movimento paredista rejeitou.
O sindicalista ressalta que o objetivo da greve é apenas parar os lucros dos bancos. “Não temos a intenção de prejudicar a população. A greve também reivindica um atendimento de qualidade”, disse ele, sugerindo os serviços alternativos dos caixas eletrônicos, lotéricas e bancos populares.
No tocante às demais reivindicações, ele diz que uma das maiores exigências, para se ter um serviço bancário de qualidade, é a contratação imediata de novos funcionários. “O setor mais sólido e lucrativo da economia do país não investe em quem está lhe dando lucro, ou seja, os clientes e servidores das instituições bancárias”, declarouo líder sindical, considerando a contraposta de 6,1% como indecente. “Isso apenas cobre a inflação anual”.
Ainda segundo Gutemberg, além de negar aumento real nos salários, pisos, e todas as verbas salariais (os 6,1% apenas recompõem a inflação do período medida pelo INPC, de 6,93%), a proposta da Fenaban ignora todas as reivindicações dos bancários sobre emprego, saúde e condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades. “Somente os seis maiores bancos tiveram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões, alcançando a maior rentabilidade do sistema financeiro internacional, graças principalmente ao aumento da produtividade dos bancários”, justificou o sindicalista.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal