A Semana do Doador que iniciou na segunda-feira (25) teve encerramento nesta sexta-feira (29) com um café da manhã oferecido aos doadores. O Hemonúcleo considerou a campanha positiva, tendo em vista o número de novas pessoas que procuraram a instituição para fazer as doações. Os doadores mais antigos também não deixaram de participar da campanha, como foi o caso de Boanerges Lima de Melo, que ajuda a salvar vidas há mais de 20 anos.
“Sempre considerei o ato de doar sangue importantíssimo para ajudar a salvar a vida de outras pessoas. Eu ouvia as campanhas realizadas e decidi procurar a instituição. Todas as pessoas devem procurar ajudar o próximo, pois nunca sabemos quando podemos precisar também”, relatou ele.
Wagner Batista doa sangue desde 2003, e considera essencial a prática. Ele enfatizou a importância dos motociclistas realizarem a doação, sendo eles as principais vítimas de acidentes de trânsito. “Eu comecei a doar sangue depois que uma pessoa da minha família teve a necessidade, mas sempre considerei importante. Considero que a classe dos motociclistas deveria se mobilizar para fazer uma grande quantidade de doações, eu sou perito e sempre presencio o número alarmante de acidentes envolvendo essa classe”, enfatizou o doador.
Mesmo com o aumento no número de doadores durante a campanha, dificuldades como o grande número de acometidos pela malária e hepatite dificulta o aumento no número de bolsas.
“A pessoa que pega malária passa um ano sem poder fazer a doação, e isso dificulta muito. A hepatite é outro grande problema da nossa região, onde existem muitas pessoas com o vírus. Em Tarauacá, por exemplo, não é possível criar um hemocentro devido 90% da população ter o vírus da hepatite”, explicou a enfermeira Fabiana Jucá.
A campanha visava atrair doadores voluntários, pois o estoque de sangue encontrava-se abaixo do necessário para atender a demanda. Dos 800 doadores cadastrados, apenas 250 estão ativos. “Nós agradecemos a todos os doadores que fizeram sua colaboração e parabenizamos por esse ato heroico. Sangue não se compra em farmácia, em supermercado, apenas com gestos de amor como esse se consegue salvar outras vidas”, declarou a gerente do Hemonúcleo em Cruzeiro do Sul, Irlene Bandeira.
Mesmo com o fim da campanha o Hemonúcleo continua de portas abertas para receber novos voluntários. Eles devem levar um documento com foto, fazer o cadastro e submeter-se aos exames de triagem. Até junho deste ano, menores de 18 anos não podiam doar. Agora, os maiores de 16 anos podem doar, mas devem ser acompanhados dos pais ou responsáveis.
O Hemonúcleo fornece sangue para o Hospital do Juruá, Hospital da Criança e da Mulher (maternidade) e a Santa Casa de Misericórdia, que oferecem atendimento a todos os cinco municípios da região do Vale do Juruá, além das cidades amazonenses de Ipixuna e Guajará.
Tribuna do Juruá – Vanísia Nery