O Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro) foi acionado, na noite desta sexta-feira (21) por volta das 18h50m, para atender uma ocorrência de suposto golpes que estariam sendo aplicados a moradores de comunidades em Cruzeiro do Sul, De acordo com a polícia, o homem visitava regiões mais afastadas e dizia que facilitaria a retirada da carteira nacional de habilitação, mediante a um pagamento prévio que chagava a R$ 900.
Janderson Araújo, de 22 anos, foi quem acionou a polícia. De acordo com ele, o suspeito esteve na comunidade onde seu pai mora, Ramal Paraná Pentecostes, alegando estar a mando do gerente da 1ª Ciretran, Valdeci Dantas, e que, após pagamento, levaria os documentos para os moradores. Segundo ele, o pai chegou a gastar mais de R$ 2 mil.
“Ele dizia que estava a mando do Valdeci e que pegaria o dinheiro nos próximos dias. Muita gente deu o dinheiro porque são analfabetos, mas quando meu pai me contou, logo vi que era golpe. Ele pegava os dados, tirava fotos e dizia que a carteira chegaria, mas não chegava. Ele só dava o golpe mesmo”, conta.
Na sexta-feira (21), Araújo conta que teve a ideia de armar um flagrante para o suspeito. Ele pediu que seu primo demonstrasse interesse no negócio e marcasse um local para ser entregue a primeira parte do dinheiro. Feito isso, ele acionou a polícia, que flagrou o suspeito portando dados de algumas pessoas.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na delegacia da cidade, após a PM fazer uma busca na carteira do suspeito, encontrou um bloco com informações pessoais de um grupo.
No momento da prisão o agente negou as acusações, mas, chegando à DP, mesmo recebeu ligações de um senhor por nome Iran que perguntou ao acusado pelo chefe dele, o gerente da Ciretran, e perguntou se a carteira dele já estava pronta. Diante das provas o acusado confessou que ele, juntamente com outro individuo chamado de Alisson negociava CNHs falsas.
Segundo informações de Valdecir Dantas, não foi encontrado com ele nenhuma prova material, nenhuma falsificação estava sob posse dele.
O gerente da Ciretran em Cruzeiro do Sul, Valdeci Dantas, alega que o homem agia com falácias e diz que o procedimento para a retirada da carteira é único. “Ele ia em comunidades carentes e dizia que facilitaria a retirada da carteira, mas nem chega a falsificar o documento, é só na lábia mesmo. Mas, com tanta informação hoje, acredito que não há inocente nesta história porque se paga para ter um serviço ilegal, você está passível com o algo errado”, diz.
Dantas diz ainda que para a retirada do documento, é necessário que a pessoa saiba ler e escrever. “Saber ler e escrever é a maior dificuldade de que mora nesses ramais e seringais porque a maioria é analfabeta”, enfatiza.
O caso está sendo investigado pela Delegacia Geral de Cruzeiro do Sul.
Tribuna do Juruá – Uiliane Barbosa