O uso da Barrage e do Butox na agricultura está sendo investigada por uma equipe de técnicos do Instituto de Defesa Animal do estado do Acre (IDAF), em Cruzeiro do Sul.
Desde início da semana uma equipe composta por cinco técnicos do IDAF da capital Rio Branco, está em Cruzeiro do Sul, com objetivo de investigar uma denúncia relacionada ao desvio e a utilização de produtos destinados ao uso veterinários, que estariam sendo empregados para fins de agricultura, no vale do Juruá.
A fiscalização acontece diariamente em casas agropecuárias do município e também em propriedades rurais onde existem pequenas plantações de hortaliças. O objetivo é identificar indícios de venda e uso ilegal, de pelo menos, dois tipos de medicamentos veterinário, a Barrage e o Butox, poderosos carrapaticidas, vermicidas e inseticidas, de uso animal.
De acordo com Oder Gurgel, coordenador de fiscalização de produtos agrotóxicos do Idaf, o uso da medicação para fins de agricultura pode gerar uma série de problemas à saúde para quem consome alimentos contaminados, como por exemplo, cegueira e até mesmo o câncer.
“Normalmente a medicação é vendida sem autorização em casas agropecuárias da região, e por consequente é empregada no cultivo da pimenta, tomate, alface, cebola, pepino entre outros, por manter os alimentos longe de pragas. Vale apena ressaltar que esse tipo de atividade é crime, ou seja, quem for flagrado vendendo ou quem tiver a posse do produto sem a devida autorização de instituições competentes, pode ser multado, e até mesmo, responder por crimes ambientais” acrescentou.
Em Cruzeiro do Sul apenas uma casa de produtos animais está autorizada pela Vigilância Sanitária Estadual para comercializar o butox e a barrage.
“Ainda não conseguimos flagrar a utilização desses produtos, apenas obtivemos informações de agricultores locais que aplicaram a medicação em suas plantações, sob alegação de que não existe no comércio local, remédios de origem vegetal” disse.
Oder Gurgel afirmou ainda que nas abordagens, muitos agricultores afirmaram a prática.
“Em muitos casos eles tem a devida consciência de que os alimentos contaminados fazem mal a saúde, e por isso, apenas produzem para comercialização, mas, não consomem” comentou.
O Ministério Público e Vigilância Sanitária Estadual também investigam o caso.
Tribuna do Juruá