Uma menina indígena de 8 meses de idade deu entrada no Hospital do Juruá em Cruzeiro do Sul na manhã da última sexta-feira (11), por volta das 8h, e na manhã de sábado(12) morreu ainda na unidade. Os pais levaram a menina até o hospital devido uma febre que já perdurava por quatro dias, mas segundo a mãe da menina, Maria José Conceição da Silva, a causa da morte foi negligência médica, ela alega que a filha não recebeu os atendimentos necessários.
“Eu não fui bem atendida. Desde o momento que cheguei no Hospital que minha filha estava sentindo febre, mas não estava apresentando sinal de morte. Eles colocaram um soro nela e quando aplicaram uma seringa no soro minha filha já começou a ficar aperreada, eu disse para enfermeira e ela me perguntou se eu queria saber mais do que o médico”, falou a mãe lamentando a morte da única filha.
Moradores da Aldeia Nova Vida I , Povo Jaminaua Arara, localizada na Comunidade Paraná dos Mouras, a família pede justiça pela morte da criança, que teve no atestado de óbito a causa morte falência orgânica múltipla, septicemia, astite (infecção do trator urinário) . Segundo a mãe da menina desde o momento que chegou no Hospital , até o momento que a filha morreu nenhum pediatra atendeu a criança, somente após a morte que um médico especialista em criança foi acionado e realizou os procedimentos de massagem.
“Eu fiquei na sala de observação desde a hora que cheguei com minha filha no colo e sentada em uma cadeira. Eu fiquei mais de 24 horas com ela no braço e sem ajuda dessas pessoas que deveriam nos ajudar. Trouxe minha filha para o hospital para tentar curar ela dessa febre e ela sai daqui morta, eu não desejo isso para ninguém. Era minha única filha, eu amava tanto ela”, relatou a mãe emocionada ao contar a falta de assistência.
Os pais da criança deram entrada em um boletim de ocorrência na Delegacia Geral de Cruzeiro do Sul para solicitar uma investigação mais minuciosa quanto as causas da morte da filha, pois acreditam que a medicação aplicada foi uma das causas da morte.
“Foi só colocarem o remédio nela e ela começou a ficar ruim. O corpo da minha filha está todo patacado, cheio de hematomas, parece mais foi que ela teve um infarto. Eu quero uma resposta certa. No atestado eles colocam o que querem, colocaram que minha filha morreu de infecção, mas em nenhum momento fizeram nada por ela. Isso não dá para aceitar”, finalizou a mãe ao pedir justiça.
Nossa equipe procurou os responsáveis pela direção do Hospital para responder sobre o caso, mas não encontrou.
Tribuna do Juruá