Há cerca de dois anos, o empresário Godofredo Magalhães interditou o passeio público que liga a Rua Joaquim Távora com a Absolon Moreira. Ele aproveitou o espaço para fazer um estacionamento particular, que fica ao lado de um dos prédios mais imponentes da cidade. A Lei 271 e o Código de Postura do Município impedem qualquer obstrução de espaços onde passe ou esteja canalizado córregos ou igarapés.
O passeio público é a continuação da canalização do Igarapé Boulevard, que corta toda a cidade. “O prefeito Aloízio Bezerra, em 2.000, aprovou um projeto de lei protegendo as margens ou canalizações sobre os igarapés Boulevard e Rodrigues Alves, permitindo, dessa forma, apenas a circulação de pessoas e a construção de jardins”, conta o vereador Valdemir Neto, que luta pela imediata desobstrução.
O parlamentar quer que o Ministério Público Estadual (MPE) interceda no caso, uma vez que, segundo ele, a prefeitura é omissa. “Estamos impedidos do livre acesso a um local público. Isso é uma afronta ao direito inalienável de ir e vir”, declarou ele, informando que o empresário teria uma autorização municipal para fazer a interdição.
Procurado pelos moradores dos bairros Baixa e Cruzeirinho, Valdemir Neto disse que “comprou a briga” e está buscando medidas legais, além da mobilização das comunidades mais prejudicadas. O nossa reportagem tentou falar com Godofredo Magalhães, que, por telefone, disse que possui a documentação da área. “Não sou conduzido por vereador nem quero dá declaração nenhuma”, retrucou o empresário.
Tribuna do Juruá – Jorge Natal