O Ministério do Trabalho em Cruzeiro do Sul encontra-se sem a mínima estrutura para oferecer um atendimento de qualidade à população. O local conta atualmente com apenas 3 funcionários, dos quais apenas um está realizando atendimento, e outros dois estão de licença maternidade e férias. O fato está gerando um grande problema nos últimos dias, o número de pessoas que procuram a agência e ficam na fila é exorbitante. Principalmente neste período do ano em que os pescadores vão em busca de dar entrada no seguro defeso. Algumas pessoas estão à quase 24 horas na fila esperando atendimento.
“ Eu estou aqui desde as quatro horas da tarde terça-feira, a gente vem e volta, já estamos cansados de esperar. Quanto mais tempo demorar para dar entrada no seguro defeso, mas tempo vai demorar para que a gente receba o nosso dinheiro”, falou indignada a pescadora Luzimar Matos, que acredita que o gerente poderia agendar as consultas conforme as pessoas chegassem em busca de atendimento no órgão.
Diariamente são distribuídas 20 fichas para os pescadores e trabalhadores que querem dar entrada no Seguro Desemprego, mas o chefe da agência local, Paulo de Sá, garante que o número de pessoas atendidas ultrapassa as fichas distribuídas, tendo em vista que outros pontos, como distancia de moradia e casos de doenças, é dado um olhar diferenciado.
Mas pescadores como Rivaldo Alves, que mora em uma localidade distante mais de quatro horas do Centro da cidade também não conseguiu o atendimento.
“Eu não consegui ainda, já estou aqui na fila desde a madrugada, e o gerente daqui falou que não vai atender mais ninguém, eu só posso esperar aqui na fila, não tem outra solução. Esperar quando vai ter atendimento”, disse o pescador.
Além do numero escasso de funcionários, o local também é inapropriado para o atendimento, funcionando em uma casa alugada. Segundo o gerente local um termo de não conformidade está sendo confeccionado para ser enviado para Superintendência do órgão em Rio Branco em busca de uma solução para os problemas.
“Nós vamos enviar para Superintendência um termo de não conformidade, pois o Ministério do Trabalho hoje não tem condições de trabalho. Não temos local apropriado nem o número suficiente de funcionários para atender a população. E mesmo com toda a precariedade nós estamos fazendo de tudo para fazer o melhor, mas infelizmente não podemos atender todas essas pessoas no mesmo dia”, explicou o gerente.
Apesar de ter sido aberto edital para realização de concurso no Ministério do Trabalho nesta quarta-feira (15), nenhuma vaga foi disponibilizada para o município, mesmo com os inúmeros problemas apresentados.
Tribuna do Juruá – Vanísia Nery